“Problema não compromete estrutura”, garante prefeito sobre viaduto da Ceará

“Nenhum problema compromete a estrutura”, é o que afirmaram, na manhã desta terça-feira (12), o prefeito Marquinhos Trad (PSD), o secretário da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) Rudi Fiorese e o secretário-adjunto Ariel Serra, sobre o viaduto que encobre o cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua Ceará. A equipe vistoriou a estrutura após reportagens do Campo Grande News que mostraram falhas e desgastes em viadutos da Capital.

No local, prefeito e secretários caminharam sobre o viaduto e comentaram sobre os pontos destacados pelo arquiteto e urbanista Elvio Garabini em visita ao local. O arquiteto citou um buraco com cerca de quase 1 metro de diâmetro embaixo da estrutura. Além disso, a terra que deveria cobrir o espaço é levada a cada chuva e se esparrama pela calçada, prejudicando até mesmo quem passa a pé pelo local. De perto, é possível ver a terra da espessura fofa.

Ariel Serra comentou que o buraco não compromete a estrutura, mas que a Secretaria vai realizar intervenções nesse ponto. Sobre a terra, ele também afirma não ser prejudicial, mas será trocada por terra nova.

Outro problema identificado pelo especialista foram rachaduras dos pilares de sustentação. Para o prefeito, as falhas são “fissuras”. “Existe uma diferença entre rachadura e fissura e ali só tem fissura e não compromete a estrutura”, disse.

Fiscalizações - Rudi declarou que as fiscalizações nessas estruturas são “rotineiras”. Ele afirma que nunca houve uma força-tarefa para vistorias, porque ocorrem sempre. O secretário diz que “nenhum viaduto” apresenta riscos à população. Ainda assim, equipes de obras farão selagens nas fissuras.

No viaduto que passa sobre a Rua Ricardo Brandão, o urbanista alertou para a rachadura nas pedras que formam o gabião, estrutura armada com malha de fios de aço. Segundo Elvio, há falta de grama em um dos lados, o que parece simples, mas é fundamental para manter a estrututa em pé.

O secretário-adjuntou negou a necessidade da grama e declarou que o viaduto não apresenta problemas de estrutura. Ariel afirma que o material utilizado na construção foi de má qualidade e promete que as pedras serão trocadas ao fim da estação de chuvas.

Para o adjunto, Campo Grande tem aspectos estruturais e ambientais que contribuem para a preservação das obras. Ele cita, por exemplo, o solo, onde a maioria das fundações são construídas em cima de rochas, além de não ser composto por gases que agridem a estrutura. O solo, afirma, não é muito úmido, o que auxilia a manutenção das fundações.

“As estruturas precisam de pequenos reparos, mas por questões estéticas. Eu sou advogado, mas se os engenheiros destacam que não atrapalham, não atrapalha”, declarou o prefeito.

O Campo Grande News também publicou reportagem sobre outros viadutos da Capital, acompanhado do engenheiro e projetista de pontes José Francisco de Lima. “A estrutura está arrebentando e precisa recuperá-la o mais rápido possível. Aqui nós conseguimos ver que os pilares estão se rompendo e isso é muito grave”, declarou o engenheiro. De 0 a 10, o especialista “deu nota 4” para a estrutura.

A equipe da Prefeitura ainda não visitou o local e os secretários afirmaram que pretender vistoriar o viaduto durante a tarde.