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Capital

“Tenho certeza que estou pagando”, diz assassina, 6 meses após crime

Thamara Arguelho da Cruz, 21 anos, é acusada de matar Victoria Correia Mendonça de 18 anos, em julho deste ano.

Luana Rodrigues | 13/12/2016 09:32
Thamara está presa desde agosto, deste ano. (Foto: Reprodução)
Thamara está presa desde agosto, deste ano. (Foto: Reprodução)

Raiva, ciúmes e o efeito do álcool. Estes são os motivos pelos quais Thamara Arguelho da Cruz, 21 anos, diz que matou a jovem Victoria Correia Mendonça de 18 anos, em julho deste ano. Em depoimento prestado a Justiça seis meses após o crime, a assassina que confessou o crime diz que está arrependida e que já está “pagando” pelo fez.

“O que aconteceu na minha vida depois que eu fiz isso, eu tenho certeza de que é a mão de Deus pesando”, disse Thamara, à Justiça.

A acusada “justificou” o crime dizendo que sentia raiva das provocações de Victória, com relação ao namoro dela com Weverton Silva Ayva, 28 anos, conhecido como Boneco. “As nossas provocações aconteciam mais no Whatsapp. E  depois que ela descobriu que eu estava grávida, ela voltou a se relacionar com ele", contou.

Apesar da “raiva” que diz que sentia, Thamara alega que o crime não foi premeditado e que não dificultou a defesa da vítima. “Eu acho que eu não dificultei nada, porque desde quando eu cheguei emostrei para ela o revólver, ela teve oportunidade de correr ou de entrar pradentro, ou de não ter falado nada”, argumentou.

Em depoimento, a acusada também afirmou que mesmo estando grávida, bebeu no dia do crime e que só atirou porque a vítima disse que não se arrependia de ter se relacionado com o namorado dela.

"No dia, eu perguntei se ela se arrependia, ela disse que não se arrependia. Ela era muito debochada! Ela debochava demais. Ela procurava.”, disse.

Arrependimento que a acusada diz ter “sobrado” para ela, já que hoje,  “paga” em conseqüência do que fez:  “Eu não sei se vocês sabem, mas o Weverton está morto. Eu não sei se vocês sabem, mas eu fui transferida para outro presídio. Eu não tenho que ficar chorando, eu não tenho que ficar.. Eu choro, você tá ligado? Eu tenho certeza de que eu estou pagando pelo que eu fiz. Eu poderia ter dado só uns tapas nela, e não ia estar desse jeito a minha vida.”, diz.

Weverton, "pivô" do crime, foi assassindo em setembro, quando saia do Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado de Campo Grande. Thamara está grávida de oito meses, e continua presa no Estabelecimento Penal Feminino de Corumbá - distante 419 quilômetros de Campo Grande.

Victoria Correia Mendonça de 18 anos, foi morta com um tiro na cabeça. (Foto: Reprodução/ Facebook)
Victoria Correia Mendonça de 18 anos, foi morta com um tiro na cabeça. (Foto: Reprodução/ Facebook)

O crime - Victoria foi morta com um tiro na cabeça e outros três pelo corpo, na madrugada de terça-feira (19), na Rua Luiz Bento, Vila Popular, em Campo Grande. Uma testemunha contou à polícia que a vítima discutia com uma mulher em frente de casa, quando foram feitos cinco disparos.

A autora era Thamara, presa no dia 22 de agosto. “Para quê esta arma e aquele mototaxista na esquina?”. “Porque eu vou te matar, vagabunda”. Estas foram as últimas palavras trocadas entre as duas.

O diálogo foi relatado por Thamara à delegada Rosely Dolor, da 7ª DP (Delegacia de Polícia), que classificou a autora como “fria e perigosa”. O motivo do crime? Ciúme.

Segundo Thamara, no fim de semana anterior, Victória postou no Facebook uma foto ao lado de Weverton Silva Ayva, de 28 anos – o rapaz, por sua vez, seria ex-namorado de ambas.

Naquela noite de terça, Thamara contou à polícia que tomou quatro latinhas de cerveja, pegou um revólver – não soube especificar qual e que até agora não foi encontrada – chamou um mototaxista e foi até a casa da ‘rival’, na Vila Popular.

Chegando lá, mandou o piloto ficar na esquina e foi tirar satisfações com Victória, quando aconteceu o diálogo derradeiro. Em seguida, a garota pegou o mototáxi e fugiu, passando os dias seguintes perambulando pelas casas de parentes – sem, segundo a própria, ter ido para Aquidauana, como chegou a ser divulgado em outras ocasiões.

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