Ação emite RG para idosos e divulga canais de denúncia contra violência
Serviço está sendo oferecido nos centros de convivência esta semana, em Campo Grande
“Vencido, eu acho que é até elogio, na foto RG estou bonita ainda”, brinca a aposentada Deolinda Vieira, 67 anos, que aguardava ser atendida para tirar novo RG, no Centro de Convivência do Idoso Vovó Ziza. O último documento foi emitido em 1991 e ela aproveitou a ação realizada em celebração ao “Junho Prata”, para atualizar o registro. O evento também enfoca a divulgação dos canais de denúncia de violência contra o idoso.
O Junho Prata foi instituído em MS com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a relevância de combater todas as formas de violência cometida contra a população idosa.
No CCI, foram agendados 140 atendimentos hoje e amanhã. O serviço também será feito na sexta, segunda e terça nos centros dos bairros Monte Castelo, Piratininga e Jacques da Luz, respectivamente, também no modelo de pré-cadastramento.
A ação nos centros de convivência está sendo realizada pela Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), com participação das polícias Civil, Militar e das equipes de perícia. Além da emissão do novo RG, estão sendo ministradas palestras sobre como evitar cair em golpes virtuais e prevenção a acidentes domésticos.
A Defensoria Pública também participa, repassando orientações aos idosos que tem alguma demanda judicial em andamento.
“É importante trazer esse serviço para dentro do centro de convivência do idoso, muitos ainda tem dificuldade de ter acesso a serviços de pré-agendamento ou de locomoção”, disse o coordenador da Defesa dos Direitos dos Idosos, Cid Pinto.
Os números para denúncia foram divulgados, como o 190, 181 e o Disk 100, além do contato com as delegacias regionais.
A delegada Maíra Machado, do NIC (Núcleo Institucional da Cidadania/Sejusp), disse que o número de violências contra idosos tem crescido e que, além das políticas públicas de proteção, é importante que familiares e a sociedade denunciem os casos.
Ex-titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), diz que a maioria das ocorrências é de violência patrimonial e lesão corporal. “Mas tem subnotificação por vergonha, por medo, é preciso denunciar”, diz Maíra.
Segundo assessor especial da Sejusp, Alexandre Gomes, estima-se que apenas 4% dos casos são denunciados, por conta da subnotificação. Além da campanha de conscientização, a equipe da perícia também informa sobre o trabalho de coleta de DNA na investigação sobre parentes desaparecidos.
Vencido – Deolinda lembra que tirou o primeiro RG aos 18 anos e, depois que perdeu o documento, pediu emissão de outro na década de 1990, o que estava sendo usado até agora. “Estava bonita ainda”, brincou. O documento já estava na mesa do atendente, enquanto ela aguardava o atendimento e, por isso, não conseguiu mostrar.
Genita Jacinto, 73 anos, diz que tirou o RG pela última vez para mudar o nome, após separação. “Vim fazer porque o meu está muito velhinho”, explicando que foi emitido em 1996. “Não fiz antes porque o Detran ainda estava aceitando e na habilitação ainda tem número, não me preocupei”.
Enedir Silveira, também com 73 anos, nem tinha cogitado pedir o novo RG, mas viu a oportunidade na ação realizada no CCI. “Fiz o último em 2008”.
O novo RG digital unifica o número do CPF como registro geral de identificação e inclui informações adicionais como: tipo sanguíneo e dados sobre doenças.
A primeira via do novo RG é gratuita e válida em todo o território nacional até 2032. O prazo de validade para quem tem de 0 a 12 anos, é de 5 anos; de 12 a 60 anos, a validade é de 10 anos; e para pessoas acima de 60 anos, a validade é indeterminada.
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