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Capital

Acidente que matou Emanuelle não teve perícia nem exame em motorista

Providências normalmente feitas na hora do fato não aconteceram pois Polícia Civil só entrou hoje no caso

Marta Ferreira | 11/03/2021 16:09
S10 com branca com pintura verde envolvida no acidente foi apreendida e está na 3ª Delegacia de Polícia Civil. (Foto: Ana Paula Chuva)
S10 com branca com pintura verde envolvida no acidente foi apreendida e está na 3ª Delegacia de Polícia Civil. (Foto: Ana Paula Chuva)

Não há explicação ainda sobre o motivo. Mas a Polícia Civil só registrou o acidente que matou a estudante de Direito Emanuelle Aleixo Gorski 12 horas depois da tragédia. Ela estava de bicicleta e foi atingida por S10 na entrada do Parque dos Poderes pela Avenida Mato Grosso.

Não foi feita perícia no local de crime nem no veículo utilitário, tampouco exames no motorista responsável para identificar se havia ingerido bebida alcoólica. O veículo envolvido foi apreendido na tarde desta quinta-feira (11), embora a identificação do motorista tenha sido passada à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), no Centro, pela manhã, por uma amiga da vítima.

A família do condutor, um engenheiro cartográfico de 53 anos, disse ao Campo Grande News que ele ficou no local do atropelamento e acompanhou toda a movimentação até por volta de 1h. Foi garantido que ele chamou o socorro e, ainda assim, não foi ouvido ainda sobre como tudo aconteceu. Segundo a reportagem apurou, está sob sedativos, e por isso o depoimento vai ser marcado para a semana que vem.

O nome está sendo preservado em razão de as investigações estarem em fase preliminar ainda.

O caso, registrado na Depac Centro, foi transferido para a delegacia da área, a 3ª Delegacia de Polícia Civil. A reportagem levantou que dois frentistas do posto de combustível viram tudo. Eles também não foram ouvidos ainda.

Emanuelle em foto de viagem postada nas redes sociais. (Foto: Reprodução do Instagram)
Emanuelle em foto de viagem postada nas redes sociais. (Foto: Reprodução do Instagram)

Ninguém foi? - Mais. Não há registros de que a Polícia Militar tenha enviado equipe para o lugar, como é praxe em acidentes com morte.

O coordenador do Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência), Ricardo Rapassi, informou à reportagem que o Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) foi acionado e caberia ao órgão enviar equipe militar ao local. A equipe do Samu foi a responsável por socorrer Emanuelle, que chegou intubada à Santa Casa de Campo Grande, onde morreu uma hora depois.

Normalmente, é o BPMTRAN (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito) quem vai aos locais de acidente e faz um boletim da Corporação, mas não há registros na unidade sobre esse episódio.

No primeiro registro, o delegado Leandro Azevedo, plantonista da Depac, informa ter havido busca no sistema de registros policiais, sem êxito para registros sobre o acidente. Ele não ouviu testemunhas, além do relato do pai da vítima, o médico Anthony Gorski.

A autoridade policial para a qual a investigação foi passada, Wilton Vilas Boas, da 3ª Delegacia de Polícia Civil, informou que vai requisitar as informações da PM sobre a ocorrência.

Segundo ele, agora vai ser feita a perícia no veículo, que foi aprendido, e também a chamada perícia indireta no local, menos eficiente que aquela feita logo depois dos fatos ocorrerem, mas a que é possível neste momento.

Originalmente classificado como morte a esclarecer, o inquérito tem 30 dias para acabar. O delegado disse que ainda é prematuro dizer se vai haver mudança na tipificação para homicídio no trânsito por exemplo.

Procurada, a Polícia Militar informou estar apurando detalhes sobre o registro do acidente e o encaminhamento dado.

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