Acusado de matar a ex com 8 tiros no Colibri vai a julgamento em maio
Este mês, serão julgados réus por casos de repercussão, como 2 feminicídios e 2 tentativas de feminicídio
Hércules Alves de Souza, de 22 anos, será julgado no dia 27 de maio, em Campo Grande. Ele ficou cinco meses foragido depois de matar a tiros a ex-namorada, Yasmin Beatriz Almeida Guedes, de 18 anos, em setembro de 2020, no Jardim Colibri. Além desse caso, para o mês de maio, estão previstos 15 julgamentos, com casos de repercussão, como dois feminicídios e duas tentativas de feminicídio.
Morte de Yasmin - Após vários disparos serem ouvidos, a jovem foi encontrada caída da rua, com um capacete cor-de-rosa na cabeça e vários ferimentos pelo corpo. Testemunhas contaram que Yasmin chegou de moto ao local, poucos minutos antes de ser assassinada. Pelo menos oito disparos de um revólver calibre 32 atingiram a jovem.
Após investigação, a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) chegou até Hércules, rapaz com extensa ficha criminal, ex-namorado de Yasmin. Ele fugiu e só foi localizado pela polícia cinco meses depois do crime. Ele foi denunciado por feminicídio.
Casal tinha relação conturbada - O relacionamento dos dois começou na adolescência e era conturbado. A jovem morava com a ex-sogra mesmo depois do término e já tinha começado outro namoro. No tempo em que Hércules estava preso por roubo, Yasmin nunca o visitou. Ele até teria tido outro relacionamento e se casado por quatro meses.
"No indulto que ele teve, saiu do presídio e chegou a agredi-la fisicamente. Ele não aceitava que ela tivesse relacionamento com outra pessoa, para ele foi traição", contou a delegada Anne Karine Trevisan, na época dos fatos.
Apesar da pouca idade, Yasmin também era fichada na polícia. Quando adolescente, foi indiciada por atos infracionais equivalente a homicídio, vias de fato, ameaça, receptação, uso de moeda falsa, fabricação, comércio e detenção de armas, associação criminosa, receptação, porte ilegal de arma de fogo, evasão do local de custódia, desobediência, direção perigosa e organização criminosa.
Outros júris de maio - Entre os casos de destaque, está o assassinato de Jenenffer de Almeida, 25 anos, em 26 de março de 2018, no Bairro Nova Campo Grande. Dois réus são julgados na quarta-feira (4), pela 2ª Vara do Tribunal do Júri. Eles teriam matado a vítima com instrumento cortante, desferindo vários golpes, principalmente no rosto e cabeça.
O primeiro julgamento do caso ocorreu em setembro de 2019, com apenas um dos envolvidos, pois o outro havia recorrido. Após o julgamento dos recursos, foi determinada a realização de novo júri, e, desta vez, contará com a presença de ambos.
No dia 5 de maio, pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, Valtenir Pereira da Silva vai a júri acusado de feminicídio, homicídio e tentativa de homicídio. Segundo a denúncia, no dia 29 de fevereiro de 2020, no loteamento Nova Serrana, o acusado matou sua ex-namorada, Maxelline da Silva dos Santos, de 28 anos, o amigo dela, Steferson Batista de Souza, além de ferir a amiga da ex, Camila Telis Bispo.
Segundo a acusação, ele não aceitava o fim do namoro, que teria durado cerca de um ano e importunava a vítima para reatar o relacionamento.
Também pela 1ª Vara do Tribunal do Júri, no dia 12 de maio, será submetido a julgamento um acusado de tentativa de feminicídio. A denúncia aponta que o fato ocorreu no dia 28 de janeiro de 2020 no bairro Vivendas do Parque.
A vítima e o acusado mantiveram relacionamento amoroso por cerca de um ano e, na referida data, ele teria ido até a casa desta, onde iniciaram uma conversa que resultou no término do relacionamento. Mais tarde, a vítima estava na frente da casa de sua amiga, quando o acusado chegou e começou a atirar em direção a ela. A vítima fugiu, mas o acusado continuou efetuando disparos, a atingindo. Após isso, ele se evadiu do local. Já a vítima foi socorrida e sobreviveu aos ferimentos.
No dia 13 de maio, vai a júri outro homem acusado de tentativa de feminicídio. O fato aconteceu no dia 22 de maio de 2019, no Bairro Jardim Santa Emília, quando o acusado tentou matar sua companheira. O primeiro julgamento ocorreu em maio de 2021, sendo que, após recurso do Ministério Público, o ato foi anulado e foi determinada a realização de novo júri popular.
Segundo a denúncia, o casal estava junto há 15 anos e possuía três filhos. Consta nos autos que o relacionamento entre eles era conturbado e o réu já teria agredido física e psicologicamente a vítima em outras ocasiões.
Quatro dias antes do ocorrido, a vítima decidiu separar-se do acusado, comunicando-o tal decisão. Eles permaneceram na mesma residência, porém em quartos separados. No dia dos fatos, a vítima dormia com a filha de quatro anos, quando o réu adentrou o local com uma faca e mãos e passou a desferir golpes contra a mulher.
Ela reagiu às investidas, ocasião em que a faca quebrou e ele passou a enforcá-la. O filho do denunciado retirou a criança do quarto e foi em busca de socorro, ocasião em que o réu foi até a cozinha, pegou outra faca e desferiu novos golpes no tórax da vítima. A vítima conseguiu desvencilhar-se dele e fugiu, sendo socorrida e sobreviveu aos ferimentos.
Ele será levado a júri acusado de tentativa de feminicídio em situação de violência doméstica e familiar contra a mulher. O julgamento será realizado pela 2ª Vara do Tribunal do Júri.