Adolescente de 14 anos teve síndrome causada por reação a remédio
Apesar de diagnóstico feito no HU, Sesau ainda aguarda testes para descartar totalmente o sarampo
Nem sarampo nem catapora. A menina de 14 anos que foi internada no sábado, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, em Campo Grande, recebeu um terceiro diagnóstico para os sintomas apresentados, entre eles manchas vermelhas pelo corpo. Vítima de alergia de medicamento, ela desenvolveu a Síndrome de Stevens-Johnson, que tem até risco de morte.
A manifestação que já havia sido considerada pela equipe médica quando ela deu entrada no hospital, segundo informou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), embora não tenha sido citada quando o caso veio à tona.
A garota foi levada pela família, na noite de ontem, para o HU (Hospital Universitário), onde está internada no PAM (Pronto Atendimento Médico) do hospital, na chamada ala amarela. A assessoria de imprensa confirmou o diagnóstico, que foi repassado aos parentes da adolescente nesta manhã.
Segundo a tia, Veruska Miranda Félles, de 31 anos, a origem da alergia foi o medicamento carbamazepina, receitado há cerca de um mês para controlar a ansiedade. Esse tipo de reação pode ocorrer, por exemplo, com quem tem alergia a dipirona. Por isso, a recomendação médica é procurar atendimento assim que surgirem os primeiros sintomas, como por exemplo, coceira ou dificuldade de respirar.
A síndrome é considerada um problema de pele grave, que provoca o surgimento de lesões avermelhadas em todo o corpo e outras alterações, tais como problemas na respiração e febre. Sem tratamento adequado, há risco para a pessoa afetada, inclusive de morte. Um das consequências pode ser infecção generalizada.
De acordo com o que a equipe médica repassou à família, o tratamento durará pelo menos 25 dias.
Sem resultado – Mesmo com o diagnóstico clínico já descartando o sarampo, a Sesau ainda aguarda o resultado dos exames para excluir a suspeita totalmente.
A confirmação da doença equivaleria ao primeiro caso no Estado com transmissão local neste ano, já que os parentes afirmam que a menina não viajou recentemente, como aconteceu com as outras duas pessoas que tiveram a doença confirmada no Estado.
Um bebê de 10 meses, de Campo Grande, e um morador de Três Lagoas, de 52 anos, foram diagnosticados com sarampo, contraído em São Paulo, onde foram passear. Em todos os casos, foi feito o chamado bloqueio vacinal, imunização de quem teve contato com os pacientes e ainda não tomou vacina.
Incluído na lista de 16 estados em “surto ativo” da doença, Mato Grosso do Sul. Desde janeiro, Mato Grosso do Sul teve 42 notificações de sarampo. Dez delas ainda estão sob investigação, quatro em Campo Grande, sem contar essa suspeita prestes a ser descartada.
A recomendação, reforçada pelas autoridades, é de vacinar as crianças entre seis meses e dois anos incompletos. Nessa idade, a enfermidade é mais perigosa.