“Risco existe, mas não é momento para pânico”, diz especialista em sarampo
MS está na lista de “surto” do Ministério da Saúde, mas em nenhum dos casos confirmados vírus saiu daqui
Os números podem mudar diariamente, mas nesta segunda-feira (16) Mato Grosso do Sul investiga 10 casos suspeitos de sarampo, em todo o Estado, além de ter dois casos confirmados da doença. A imensa procura pelas vacinas já se reflete na rede pública de Campo Grande, que está com estoque baixo segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
Um homem de 52 anos e uma criança de 10 meses são os casos confirmados da doença, mas apesar do quadro fazer com que o Ministério da Saúde incluísse o estado na lista de unidades federativas “em surto”, não há motivo de pânico. Quem afirma é a médica infectologista Priscila Alexandrino.
“A gente não tinha casos há muito tempo. É um alerta, temos que tomar cuidado, mas não quer dizer que estamos em surto, as pessoas que não vacinaram apenas tem que vacinar. O risco [de epidemia] existe porque o mundo é globalizado, é possível, mas ainda não temos caso autóctone, o momento é para não terem pânico e ir vacinar”, comenta.
O que a especialista explica é que nos dois casos o vírus não foi adquirido em Mato Grosso do Sul. “Duas coisas contribuíram para isso acontecer [aumento em todo o Brasil]. Uma delas foi essa polêmica de pararem de vacinar e a outra foi a globalização, muitos imigrantes de outros países que não tem sarampo erradicado vindo para o Brasil”, afirma.
Segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde), até agora, 42 casos foram comunicados. Desse total, 30 foram descartados, 2 confirmados e 10 ainda permanecem investigados. Já em Campo Grande dos 18 casos notificados até hoje, um foi confirmado, da criança de 10 meses, e quatro ainda são investigados.
A Secretaria municipal destaca que nesta segunda os estoques da vacina estão baixos e devem ser normalizados apenas na terça-feira (17). O primeiro caso confirmado em Mato Grosso do Sul foi de um adulto de 52 anos que vive em Três Lagoas.
“A partir da confirmação do caso, independentemente de ser importado ou não, o município encontra-se em estado de alerta e inicia o monitoramento por 90 (noventa) dias, com medidas de vigilância epidemiológica, prevenção, bloqueio vacinal e demais medidas de controle da doença. Cabe ressaltar que as vigilâncias epidemiológicas dos municípios implantaram e estão monitorando as ações preconizadas”, destaca nota da SES.
Surto – A SES esclarece que a inclusão do estado é praxe. Segundo a Secretaria, independente da origem do vírus, se um caso se confirma no estado, este é definido como local de “surto ativo”. “Sendo assim, o Estado de Mato Grosso do Sul integra a lista de estados com surto ativo de sarampo por ter casos confirmados da doença”, diz a nota da secretaria.