Advogado vai à Justiça por semáforo em cruzamento perigoso
Ação popular tentar forçar prefeitura a instalar equipamento no Bairro São Francisco
Um cruzamento com histórico de acidentes, alguns até graves, com capotamentos, é alvo de uma ação apresentada à Justiça em Campo Grande. O advogado Orlando Fruguli Moreira ingressou com uma ação popular para tentar obter liminar que obrigue a Prefeitura a instalar semáforo no cruzamento da Rua Eduardo Santos Pereira com a 13 de Junho.
Ele é morador de Camapuã, mas conta que com frequência vem a Campo Grande e presenciou acidentes no cruzamento. Incomodado com a situação, primeiro formulou um pedido administrativo à Agetran. Sem resposta, decidiu apresentar uma ação popular, que será julgada pelo juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos.
Moreira disse que já recorreu a esse tipo de ação em outras ocasiões para questionar atos do poder público. Ele diz não agir por interesse político, mas indignação. No pedido, ele aponta que caso a ação seja acolhida, os honorários impostos à Prefeitura deverão ser direcionados para a Santa Casa. A escolha é porque os acidentados acabam sendo levados para o hospital, explica.
Ele disse que reivindica a instalação de semáforo porque a pintura no asfalto e as placas anunciando a preferência para quem trafega pela 13 de Junho são insuficientes para evitar a violência no trânsito naquele cruzamento. Ele menciona na ação que até mesmo a placa de Pare já foi atingida por veículos desgovernados após colisão.
Quem passa pela região concorda que as placas e sinalização no asfalto não bastam para tornar o trecho seguro. A reportagem foi ao local e constatou a movimentação intensa de veículos, com a passagem de muitos motociclistas, especialmente entregadores.
O motoentregador Edivelton Brito, de 23 anos, considera essencial instalar um semáforo no cruzamento para garantir a segurança, mencionando que a sinalização é desrespeitada com frequência. “Eu acho que deveriam colocar um semáforo para o pessoal respeitar mais, porque senão vão 'roletar' o Pare ali. Só o Pare ali não segura [o fluxo], ainda mais em uma descida”, opina.
Dona de um restaurante perto do cruzamento, Maria José Lovato, de 64 anos, relata que vê pelo menos dois acidentes graves acontecerem por mês na esquina. “De 15 em 15 dias tem capotamento ali. Os carros descem direto, e se bate na ponta do carro, o carro vira. É uma judiação”, lamenta.
Na opinião da empresária, o semáforo é necessário porque apenas a sinalização indicando a preferencial não é suficiente para conter quem desce a Eduardo Santos Pereira e impedir os acidentes. “Aqui (no cruzamento da 13 de junho com a Pernambuco, uma quadra adiante) tem um semáforo, aquele segura o trânsito, mas ali embaixo não tem. A gente está sempre preocupado, porque tem muito entregador, tem muito cliente. Então, sempre que acontece [acidente] o coração da gente dispara porque não sabe quem é a pessoa”, diz.
O pedido de liminar formulado na ação vai ser analisado somente após a manifestação da Administração Pública.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande informou que a Agetran vai realizar estudos técnicos para verificar a solução de engenharia mais adequada para o local.