Agente que matou jovem em show se recusou a fazer teste do bafômetro
Preso em flagrante após o crime, agente garantiu que não estava bêbado e disse que atirou por legítima defesa
O agente penitenciário federal Joseilton de Souza Cardoso, 34 anos, que matou com tiro no peito Adílson Silva Ferreira dos Santos, 23 anos, supostamente após uma briga na fila do banheiro, se recusou a fazer o teste do bafômetro logo após o crime. A informação foi apurada pelo Campo Grande News, junto a uma fonte, que investiga o caso.
Em depoimento à polícia, o agente penitenciário, preso em flagrante após o crime, garantiu que não estava bêbado e disse que atirou por legítima defesa. O delegado Reginaldo Salomão, que atendeu a ocorrência, também não constatou embriaguez.
Conforme apurou a reportagem, a polícia já ouviu os responsáveis pelo show, o perito que esteve no local, e o próprio agente. Detalhes dos depoimentos não foram revelados. Testemunhas que estavam no local também serão convocadas a depor, inclusive aquelas que se manifestaram por meio das redes sociais.
O agente penitenciário teve a prisão em flagrante convertida para temporária durante audiência de custódia na manhã de hoje. A decisão foi do juiz José Eduardo Neder Meneguelli.
O crime – O crime aconteceu no camarote do show de Henrique e Juliano, realizado no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês. Adílson foi assassinado com um tiro no peito na madrugada deste domingo (24). Joseilton foi preso em flagrante logo depois do crime e disse agiu em legítima defesa. A pistola ponto 40 usada por ele também foi apreendida.
A família da vítima e os amigos do agente dão versões bem diferentes sobre o caso. No entanto, o motivo do desentendimento não foi revelado e os detalhes sobre o que teria causado a briga vai ficar a cargo da investigação, diz o delegado. “Houve luta entre os dois. Na sequência, o agente, que havia ido comemorar o aniversário, sacou e atirou”.
O delegado conta que o agente justificou o disparo como "ato de memória muscular", uma reação automática devido aos treinamentos realizados na academia para reprimir agressões. “Ele está muito abalado e chorou bastante durante depoimento”, diz Salomão.
O agente penitenciário contou à polícia, que a intenção era deixar a arma no carro, mas como não conseguiu vaga de estacionamento dentro do shopping, teve que entrar com a pistola no show.