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Capital

Agente que matou pedreiro em show deixa o Garras pela porta dos fundos

Juiz proibiu uso de armas para conceder a liberdade provisória, mas advogado não quis comentar sobre mérito do processo

Izabela Sanchez | 10/10/2017 15:01
Um dos carros que deixou a sede do Garras durante a liberação de agente (Foto: André Bittar)
Um dos carros que deixou a sede do Garras durante a liberação de agente (Foto: André Bittar)

Pela porta dos fundos, no banco traseiro do carro, Joseilton de Souza Cardoso, 34, o agente penitenciário federal que matou a tiros o pedreiro Adílson Silva Ferreira dos Santos, 23, deixou a sede do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco e Resgate) no início da tarde desta terça-feira (10). Ele recebeu liberdade provisória após decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O agente sai da prisão com a condição de cumprir duas medidas cautelares. Ele terá que manter endereço fixo, emprego fixo e se apresentar em juízo, mensalmente. Além disso, não poderá utilizar armas até o fim do julgamento.

Advogado do agente, José Roberto Rodrigues da Rosa não quis comentar sobre a proibição do uso da arma. "Aí já é uma questão de mérito. Temos que aguardar o relatório final da investigação. Depois vou me manifestar quando ao mérito", declarou. Inicialmente, no entanto, a defesa justificava o disparo como "ato de memória muscular", uma reação automática devido aos treinamentos realizados na academia para reprimir agressões.

Sobre a decisão, o advogado declarou que o juiz "foi sensível aos argumentos da defesa" e que os argumentos "são os predicados pessoais de Joseilton".

Volta ao trabalho

O agente, apesar de responder ao processo, volta para o trabalho. De acordo com o advogado, não há nenhuma restrição administrativa que o impeça de ocupar um cargo administrativo, apesar do uso da arma estar suspenso. No início desta tarde, o advogado comentou que as funções que ele irá desempenhar ficam à cargo da Agepen (Agência Estadual de Administração do Serviço Penitenciário).

Na decisão, o juiz também observou que “não há notícia de comoção ou temor por parte de familiares, bem como não há indícios de que o requerente [Joseilton] seja pessoa agressiva ou possa vir a agredir ou ameaçar possíveis testemunhas”.

O crime – O crime aconteceu no camarote do show de Henrique e Juliano, realizado no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês, no dia 24. Adílson foi assassinado com um tiro no peito, e Joseilton foi preso em flagrante logo depois, e disse que agiu em legítima defesa. A pistola ponto 40 usada por ele foi apreendida.

A família da vítima e os amigos do agente dão versões diferentes sobre o caso e o motivo do desentendimento não foi revelado. A situação que resultou em crime tem a versão de que o pedreiro foi ajudar o agente, que passava mal perto do banheiro químico; outra narrativa dá conta que a confusão começou porque a fila foi “furada” e o agente reprimiu a conduta, sendo agredido a socos.

O delegado Reginaldo Salomão, que atendeu o caso no domingo, relatou que o agente justificou o disparo como "ato de memória muscular", uma reação automática devido aos treinamentos realizados na academia para reprimir agressões.

O agente penitenciário contou à polícia que a intenção era deixar a arma no carro, mas como não conseguiu vaga de estacionamento dentro do shopping, teve que entrar com a pistola no show.

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