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Capital

Colegas fazem 'vaquinha' para ajudar agente penitenciário a pagar advogado

Joseilton de Souza Cardoso está preso desde a madrugada de domingo (dia 24), quando matou com tiro no peito o pedreiro Adílson Silva Ferreira dos Santos

Luana Rodrigues e Guilherme Henri | 26/09/2017 15:46
Cópia do documento funcional do agente penitenciário Joseilton de Souza. (Foto: Reprodução)
Cópia do documento funcional do agente penitenciário Joseilton de Souza. (Foto: Reprodução)

Colegas de trabalho do agente federal Joseilton de Souza Cardoso, 34 anos, estão fazendo uma ‘vaquinha’ para ajudá-lo a pagar um advogado. Ele está preso desde a madrugada de domingo (dia 24), quando matou com tiro no peito o pedreiro Adílson Silva Ferreira dos Santos, 23 anos, durante show no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês, em Campo Grande.

De acordo com um agente penitenciário de 36 anos, que pediu para não ser identificado, a categoria está mobilizada para ajudar Joseilton. Isto porque, “ele era muito bem quisto por todos os colegas, todo mundo gostava dele, era bem humorado, foi bombeiro por 12 anos, uma boa pessoa”, afirmou.

Os colegas também não concordam com a decisão da Justiça de manter o agente preso, mesmo com ele sendo réu primário, esteja empregado e com endereço fixo. “Achamos muito estranho”, disse.

Como não era sindicalizado, Cardoso terá que pagar para ter uma boa defesa. Segundo o colega, advogados cobraram de R$ 50 mil à R$ 200 mil para defendê-lo. “Estamos mobilizando a todos via email, para que depositem o que puderem para ajudá-lo”, disse.

Prisão - No pedido de habeas corpus do agente, a defesa alegou que há risco à integridade física do agente, que pode ser aplicadas medidas cautelares diversas de prisão e que ele reúne condições favoráveis: bons antecedentes, endereço certo e trabalho lícito. As justificativas não foram aceitas pelo desembargador Dorival Moreira dos Santos.

Ao negar o pedido de liberdade, o magistrado aponta que a prisão é para garantir a ordem pública, “considerando-se a gravidade em concreto do delito de homicídio supostamente cometido pelo paciente, o qual é agente penitenciário federal e efetuou disparo de arma de fogo contra a vítima”.

O desembargador ainda determinou à Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) que ele fique isolado dos demais presos. O agente está preso no Centro de Triagem Anísio Lima, no Complexo Penal de Campo Grande, Jardim Noroeste.

Tiro - Joseilton foi preso em flagrante logo depois do crime e disse que agiu em legítima defesa. A pistola ponto 40 usada por ele foi apreendida.

A família da vítima e os amigos do agente dão versões diferentes sobre o caso e o motivo do desentendimento não foi revelado. A situação que resultou em crime tem a versão de que o pedreiro foi ajudar o agente, que passava mal perto do banheiro químico; outra narrativa dá conta que a confusão começou porque a fila foi “furada” e o agente reprimiu a conduta, sendo agredido a socos.

O delegado Reginaldo Salomão, que atendeu o caso no domingo, relatou que o agente justificou o disparo como "ato de memória muscular", uma reação automática devido aos treinamentos realizados na academia para reprimir agressões.

O agente penitenciário contou à polícia que a intenção era deixar a arma no carro, mas como não conseguiu vaga de estacionamento dentro do shopping, teve que entrar com a pistola no show.

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