Agentes penitenciários se reúnem para discutir falta de estrutura em presídios
Pelo menos 400 agentes penitenciários da Capital e do interior participarão nesta quinta-feira (26) de uma assembleia para discutir as negociações salariais que vem sendo debatidas com o governo do Estado, além das condições de trabalho dentro dos presídios de Mato Grosso do Sul que, segundo o Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária do Estado do Mato Grosso do Sul), são desumanas.
Os agentes realizarão também um ato solene em memória ao agente Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, 44, morto com cinco tiros durante o plantão no Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado no dia 11 de fevereiro, em Campo Grande.
A categoria reivindica melhorias principalmente na segurança dos agentes que atuam diretamente com a massa carcerária. Mato Grosso do Sul conta com 1.440 agentes penitenciários, sendo que destes apenas 958 trabalham diretamente com a custódia dos presos.
Durante a assembleia serão apresentadas as providências tomadas pelo sindicato em relação aos princípios de rebeliões registrados em Três Lagoas, Jardim, Dourados e Campo Grande, além da agressão sofrida pelas as agentes dentro do presídio fechado Irma Irmã Zorzi.
"O objetivo da assembleia é transmitir a todos os servidores o andamento das negociações com o governo e mostrar qual a postura do sindicato em relação às ações que vem atingindo a classe. A classe precisa se mostrar forte, unida, exercendo seus deveres de cidadania. Não se consegue nada sozinho e precisamos neste momento de crise nos expressar e planejar estratégias para que nossos anseios sejam ouvidos", explica o presidente do Sinsap, André Luiz Santiago.
A categoria vai discutir uma possível intervenção devido às condições de trabalho nos presídios. "Este é um momento impar, iremos discutir quais medidas que a categoria adorará em resposta ao caos que estamos vivendo no sistema penitenciário. Será discutida a possibilidade de adotar a operação padrão, onde trabalha de acordo com a legalidade, fazendo apenas o que está dentro das nossas condições ou uma medida extrema de uma intervenção nos presídios de todo o Estado", destacou o presidente.
Após a assembleia os agentes farão um protesto na praça Ari Coelho. "Não podemos esperar perder mais uma vida para que algo seja feito", concluiu André.
A reunião acontecerá às 14h30 na sede do sindicato, na Rua Vicentina Coelho Neto, 530, Vivendas do Parque.