"Agora é catar os cacos", lamenta diretor de empresa consumida pelo fogo
O incêncio segue consumindo resíduos do galpão, que contém materiais recicláveis e veículos
Emocionados, diretor e funcionários da Colecta Reciclagem lamentam a destruição total do galpão da empresa, que fica no Loteamento Cristo Redentor, às margens da Rodovia BR-163, próximo ao Posto Caravagio.
A estrutura começou a pegar fogo por volta das 15h. As chamas se alimentaram dos materiais recicláveis, óleo e veículos que estão no local. Três viaturas foram deslocadas para conter o incêndio. No momento, o galpão está isolado para sequência do trabalho de combate ao fogo.
O diretor-presidente da Colecta, Fernando Abhão, foi ao local para acompanhar o socorro. "Agora é trabalhar e reconstruir. Se Deus quiser, logo já vai estar funcionando a empresa. Vamos catar os cacos e seguir em frente".
Além da estrutura do galpão e dos materiais recicláveis, cinco veículos que estavam no local também viraram cinzas. À reportagem, o dono do local afirmou que estima prejuízo de R$ 7 milhões.
Na hora em que as chamas começara, dos 150 funcionários apenas uma pessoa estava no local, por isso não conseguiu impedir que as chamas se alastrassem. "Nosso sistema de combate a incêndio é para pequenas proporções. Infelizmente não conseguimos ter o apoio do Estado para diminuir o tamanho do prejuízo", reclama sobre falta d'água nas viaturas dos bombeiros durante o combate.
Foi preciso chamar caminhão-pipa da Águas Guariroba para conter as chamas.
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Com olho cheio de lágrimas e semblante triste, o motorista de caminhão João Marciano, de 63 anos, cruzou a cidade, saindo do Jardim Tijuca, para ajudar. "Aqui é uma empresa muito boa, onde todos crescem. Meu filho está há 14 anos aqui. É triste ver o fogo consumir veículos que nem tinham sido usados".
Marciano ressaltou que voltará ao local amanhã para "trabalhar igual". Segundo ele, faltam poucos anos para a aposentadoria, mesmo assim, vestiu a camisa e se dedica muito à empresa que o contratou há dois anos.
As labaredas atingiram mais de cinco metros e bairros próximos são tomados pela fumaça, densa e preta. A empresa funciona há quase 20 anos no local, mas foi a primeira vez que algo de grande proporção acontece.
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Também caminhoneiro, Cristiano Viana, de 33 anos, mora na região do Jardim Itamaracá, próximo ao local incendiado. Ele estava em casa quando viu a fumaça preta e correu para o local. "Se precisar, amanhã estou aqui para ajudar. Pois a empresa foi muito boa para meu crescimento. Eu operava apenas a máquina de prensa. Eles me deram a oportunidade e dirijo caminhão baú".
O tenente do Corpo de Bombeiros, Victor Hugo Blanco, explicou em entrevista que cerca de 40 mil litros de água foram usados até o momento. "Não há risco de se espalhar por hora. O trabalho será agora para controlar o fogo e depois rescaldo. Ainda estamos em combate. Provavelmente [levará a noite toda]".
Questionado sobre a demora para chegada ao local. O tenente justificou que o Corpo de Bombeiros estava empenhado em outras ocorrências. "Também vamos verificar se o local era certificado e se tinha os equipamentos para um combate inicial", avisa.
O trânsito está liberado na rodovia e a PRF (Policia Rodoviária Federal) está na região para acompanhar o tráfego.
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