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Capital

"Agora é catar os cacos", lamenta diretor de empresa consumida pelo fogo

O incêncio segue consumindo resíduos do galpão, que contém materiais recicláveis e veículos

Por Gabriel de Matos e Kamila Alcântara | 12/05/2024 17:50
Teto caído alimenta o incêndio de grande proporção no local (Foto: Henrique Kawaminami) 
Teto caído alimenta o incêndio de grande proporção no local (Foto: Henrique Kawaminami)

Emocionados, diretor e funcionários da Colecta Reciclagem lamentam a destruição total do galpão da empresa, que fica no Loteamento Cristo Redentor, às margens da Rodovia BR-163, próximo ao Posto Caravagio.

A estrutura começou a pegar fogo por volta das 15h. As chamas se alimentaram dos materiais recicláveis, óleo e veículos que estão no local. Três viaturas foram deslocadas para conter o incêndio. No momento, o galpão está isolado para sequência do trabalho de combate ao fogo.

O diretor-presidente da Colecta, Fernando Abhão, foi ao local para acompanhar o socorro. "Agora é trabalhar e reconstruir. Se Deus quiser, logo já vai estar funcionando a empresa. Vamos catar os cacos e seguir em frente".


Além da estrutura do galpão e dos materiais recicláveis, cinco veículos que estavam no local também viraram cinzas. À reportagem, o dono do local afirmou que estima prejuízo de R$ 7 milhões.

Na hora em que as chamas começara, dos 150 funcionários apenas uma pessoa estava no local, por isso não conseguiu impedir que as chamas se alastrassem. "Nosso sistema de combate a incêndio é para pequenas proporções. Infelizmente não conseguimos ter o apoio do Estado para diminuir o tamanho do prejuízo", reclama sobre falta d'água nas viaturas dos bombeiros durante o combate.

Foi preciso chamar caminhão-pipa da Águas Guariroba para conter as chamas.

Fernando é o diretor-presidente da Colecta e deu entrevista após o incêndio (Foto: Henrique Kawaminami)
Fernando é o diretor-presidente da Colecta e deu entrevista após o incêndio (Foto: Henrique Kawaminami)

Com olho cheio de lágrimas e semblante triste, o motorista de caminhão João Marciano, de 63 anos, cruzou a cidade, saindo do Jardim Tijuca, para ajudar. "Aqui é uma empresa muito boa, onde todos crescem. Meu filho está há 14 anos aqui. É triste ver o fogo consumir veículos que nem tinham sido usados".

Marciano ressaltou que voltará ao local amanhã para "trabalhar igual". Segundo ele, faltam poucos anos para a aposentadoria, mesmo assim, vestiu a camisa e se dedica muito à empresa que o contratou há dois anos.

As labaredas atingiram mais de cinco metros e bairros próximos são tomados pela fumaça, densa e preta. A empresa funciona há quase 20 anos no local, mas foi a primeira vez que algo de grande proporção acontece.

João Marciano, de 63 anos, com os olhos cheios de lágrimas olhando o incêndio (Foto: Henrique Kawaminami)
João Marciano, de 63 anos, com os olhos cheios de lágrimas olhando o incêndio (Foto: Henrique Kawaminami)

Também caminhoneiro, Cristiano Viana, de 33 anos, mora na região do Jardim Itamaracá, próximo ao local incendiado. Ele estava em casa quando viu a fumaça preta e correu para o local. "Se precisar, amanhã estou aqui para ajudar. Pois a empresa foi muito boa para meu crescimento. Eu operava apenas a máquina de prensa. Eles me deram a oportunidade e dirijo caminhão baú".

O tenente do Corpo de Bombeiros, Victor Hugo Blanco, explicou em entrevista que cerca de 40 mil litros de água foram usados até o momento. "Não há risco de se espalhar por hora. O trabalho será agora para controlar o fogo e depois rescaldo. Ainda estamos em combate. Provavelmente [levará a noite toda]".

Questionado sobre a demora para chegada ao local. O tenente justificou que o Corpo de Bombeiros estava empenhado em outras ocorrências. "Também vamos verificar se o local era certificado e se tinha os equipamentos para um combate inicial", avisa.

O trânsito está liberado na rodovia e a PRF (Policia Rodoviária Federal) está na região para acompanhar o tráfego.

Tenente do Corpo de Bombeiros sendo entrevistado em frente ao local do incêndio (Foto: Henrique Kawaminami)
Tenente do Corpo de Bombeiros sendo entrevistado em frente ao local do incêndio (Foto: Henrique Kawaminami)

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