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Capital

"Agora é rastrear o dinheiro", diz delegado da Receita sobre venda de sentenças

Receita vai apurar, em 2º fase da operação, se houve sonegações, evasão fiscal e ocultação de patrimônio

Por Natália Olliver | 24/10/2024 14:01

O delegado da Receita Federal em Campo Grande, Zumilson Custódio da Silva, gravou um vídeo ao lado do adjunto Henry Tamashiro de Oliveira, sobre a operação da Polícia Federal 'Ultima Ratio', deflagrada na manhã desta quinta-feira (24), em Campo Grande. O titular explicou que o órgão vai atuar na segunda fase da investigação para checar se houve sonegações, evasão fiscais e omissão de patrimônio. Além disso, por onde e como o dinheiro foi encaminhado.

“Todo esse material, inclusive com numerário em dinheiro, agora segue para uma segunda fase de investigações para que se possa identificar transações e pessoas envolvidas. Buscar responsabilização, tanto na questão tributária, com recolhimento dos tributos eventualmente não pagos, quanto o encaminhamento para as instâncias penais para responsabilização dos crimes”.

Ele ainda acrescentou que o foco da Receita Federal é na questão patrimonial e sonegação de impostos.

“O que a gente busca é identificar possíveis ganhos ilícitos com essas operações. Identificar o rastro dessas operações, qual caminho percorreu o dinheiro, se houve evasão de divisas, se houve sonegação fiscal ou se há ocultação de patrimônio”.

Zumilson Custódio explica que a operação é referente e decorrente ainda de elementos que foram colhidos na operação Lama Asfáltica e Mineração de Ouro.

“Foram busca e apreensão em quatro cidades, com objetivo de apreender documentos que possam confirmar um possível esquema de venda de sentenças no TJMS. Esse esquema envolve altas autoridades, advogados, servidores e lobistas, quem articulam com eles a venda para beneficiar determinadas pessoas”.

Operação - A operação afastou o conselheiro Osmar Domingues Jeronymo do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado). Ele é o atual corregedor-geral da Corte Fiscal. Também foi afastado Danillo Moya Jeronymo, sobrinho do conselheiro, mas que é servidor no TJMS. Além dos conselheiros, há indícios de envolvimento de advogados e filhos de autoridades.

Foram identificadas, por exemplo, situações em que o magistrado responsável pela decisão já havia sido sócio do advogado da parte interessada. A operação cumpre 44 mandados de prisão em Campo Grande (MS), São Paulo (SP), Brasília (DF) e Cuiabá (MT), com participação de 200 agentes da Polícia Federal.

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