ALL emperra obra milionária do PAC e revolta moradores do Rita Vieira
Iniciada em maio de 2012, as obra do Parque Linear do Córrego Bálsamo, que vão abrir uma nova avenida entre o Jardim Roselândia e o macroanel rodoviário, pararam de vez. A ALL (América Latina Logística) vetou a abertura da nova via na altura da passagem de nível. A decisão emperra os investimentos de R$ 63 milhões do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) e causa transtornos para a vida de moradores da região do bairro Rita Vieira.
De acordo com o titular da Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Semy Ferraz, a ALL não autorizou as obras na região dos trilhos, onde existe uma passagem de nível. O local fica entre a região do Rita Vieira e da Avenida Três Barras. Até agora, 50% da obra foi concluída e já foram gastos mais de R$ 30 milhões.
O secretário explica que no ano passado o prefeito Alcides Bernal (PP) foi até Brasília (DF) e participou de uma reunião na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para a resolução do entrave. No entanto, a agência informou que a autorização depende da ALL.
Depois da reunião, a Prefeitura da Capital enviou novamente um pedido para a empresa autorizar as obras no local. Mas até agora não houve resposta.
Semy afirma que já repassou ordens à empreiteira responsável pela obra para continuar os trabalhos, mas a empresa teme que a ALL faça algo semelhante ao que ocorreu em Corumbá, quando a Polícia Federal foi chamada para intervir no trabalho e até prendeu operários.
Outros dois pontos que travaram a obra foram a demora na liberação por parte do prefeito Bernal para desapropriar a área e a troca de tubulação na adutora do Parque do Lageado. Já que muitos tubos possuem vazamentos e precisam ser repostos.
Abandono - No local, o mato está bastante alto e tudo dá indícios de que as obras estão abandonadas. Entulhos são jogados por moradores e as Ruas Novo Estado e Maria Luiza Ramos são usadas como pista de corrida aos fins de semana.
Quem mais sofre com o atraso são os moradores da região. Mecânico e morador do Rita Vieira, Jaime Alves, 38 anos, não poupa críticas ao poder público. “Nossa rua parece um rio quando chove, a gente espera que quando terminarem a obra eles asfaltem por aqui”, diz.
Para a dona de casa Sueli Andrade Soares, de 36 anos, a promessa quando a obra foi lançada era que o local se tornaria uma linha de ônibus. “A gente precisa andar muito até o ponto, se for de carro, precisamos desviar para ir para o outro lado. Essa obra é só promessa e a gente já está cansado de tudo isso”, desabafa a moradora.
Também preocupado com as consequências da obra, o gesseiro Genivaldo Santana, de 65 anos, explica que há pelo menos seis meses não vê nenhum operário na região. “Nós chegamos a descer lá na região dos tubos e quebrar com marreta porque estavam obstruídos, ninguém faz nada e nossa situação fica cada vez pior”.
Outro lado - A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da ALL em Campo Grande e foi informada que o responsável pelas informações está em reunião. Os esclarecimentos não foram repassados até o fechamento desta matéria. A ALL prometeu se manifestar amanhã.