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Capital

Ambulantes tomam altos da Afonso Pena e prefeitura estuda regulamentação

Extensa faixa da calçada e estacionamento do Parque das Nações têm reunido diversos ambulantes

Izabela Cavalcanti e Natália Olliver | 28/12/2022 14:50
Em frente ao Parque das Nações Indígenas, calçada fica tomada por ambulantes (Foto: Alex Machado)
Em frente ao Parque das Nações Indígenas, calçada fica tomada por ambulantes (Foto: Alex Machado)

A Avenida Afonso Pena voltou a ser ponto de concentração de ambulantes, no perímetro entre a Cidade do Natal e o Bioparque Pantanal, mesmo ainda sem ter regulamentação. Este mesmo cenário foi visto há 11 anos, quando os vendedores precisaram sair do canteiro central após revitalização da avenida, migrando, assim, para a antiga rodoviária. Agora, a principal via de Campo Grande se tornou um verdadeiro comércio, com as calçadas tomadas por ambulantes, com barracas de comida e até brinquedos.

Em 2011, existia até a "Pedra", no canteiro central da Afonso Pena, próximo a Ernesto Geisel, que era a tradicional feira informal de compra e venda de veículos da Capital.

Conforme nota encaminhada, a prefeitura informou que a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), junto com a administração do Parque das Nações Indígenas, está em tratativas para realizar ações de organização e fiscalização no local.

Segundo administração do Parque, a regulamentação e fiscalização dos ambulantes na região do lado de fora das grades do Parque das Nações Indígenas é de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Campo Grande. "O Imasul, no momento, trabalha na definição de uma norma para permitir o trabalho de ambulantes no interior do Parque das Nações".

Aparentemente, os comerciantes que por lá se instalaram não temem uma nova mudança e não acreditam que a mesma situação possa acontecer. Exemplo disso é o proprietário de uma barraca de coco e açaí, Felipe Shyguemoto, de 35 anos. Ele está há 1 ano na avenida.

“Aqui tem um sistema que a gente tenta não deixar gente nova chegar, pois tira o mérito de quem está a mais tempo. Não acho que aqui está virando o que era a Afonso”, comenta.

Ainda de acordo com Felipe, neste mês, as vendas diminuíram devido à chegada da Cidade do Natal. “A movimentação sem a Cidade do Natal estava muito maior. Como fizeram praça de alimentação, baixou o movimento drasticamente porque o pessoal já consumiu lá. Os ambulantes que estão aqui, a maioria é pela Cidade do Natal, e tem aquela coisa de roubo de energia. Meu ponto eu pago”, ressalta.

Rui Pereira vende crepe e pastel na Afonso Pena (Foto: Alex Machado)
Rui Pereira vende crepe e pastel na Afonso Pena (Foto: Alex Machado)

O Rui Pereira, de 61 anos, trabalha há seis anos com barraca de pastel e crepe. Ele comenta que o movimento está bom e acredita que os ambulantes até da Rua 14 de Julho estão migrando para a Afonso Pena.

“Aqui é bom para trabalhar. Eu lembro que ficava a galera antes da pandemia, mas acho que muita gente parou. Não acho que em termos de vendedores está voltando a ser o que era antes na Afonso Pena. Os ambulantes que estão aqui estão só pela Cidade do Natal. Está dando bastante lucro, porque o tempo está ajudando, não está chovendo muito, e vai melhorar porque acabou na Rua 14 e o pessoal vai vir pra cá", destaca.

Adriano Massarotto é proprietário da Central Lanche. O ponto existe há 15 anos. Massarotto acredita que os ambulantes estão, realmente, voltando. "Esse ano está bem movimentado, muito mais que o ano passado. Esse ponto tem uma licença com o pessoal da prefeitura. O pessoal [ambulantes] está voltando a vir”, relata.

Frequentadores – A Cidade do Natal aumentou ainda mais o movimento no local, e segue até o dia 15 de janeiro. Com isso, além dos vendedores que já têm ponto fixo no local, outros ambulantes aproveitam para conseguir uma renda extra. Quiosques com lanche, açaí e até barracas vendendo brinquedos ocupam as calçadas.

Jeffersson Luiz da Silva, de 41 anos, lembra da época em que os ambulantes tomavam as calçadas da principal avenida e confessa que acha a melhor opção.

“Faz tempo isso dos ambulantes na Afonso Pena. Na minha opinião aqui é melhor do que era lá. Ficou mais espaçoso, ficou bem legal aqui”, diz Jeffersson.

Maria Cecília de Souza, 37 anos, saiu do Rio de Janeiro e veio morar em Campo Grande há seis anos. “Estou recebendo minha sogra esta semana. A gente gosta muito da cidade, vim a trabalho, não volto mais para o Rio, acho uma cidade ótima pra se morar, tem qualidade de vida, e as atrações de final de ano são a sensação. Frequentei a Cidade do Natal só em 2016. Eu gosto muito da comida”, finaliza.

Mudança - O drama da mudança começou com a revitalização da Avenida Afonso Pena. Com isso, os trailers de lanche e outros pequenos empreendimentos foram retirados do local e se instalaram nos arredores da antiga rodoviária.

O lugar chegou a virar referência para pessoas que saíam das baladas e buscavam um lugar para comer, mas foi definhando ao longo do tempo.

Em dezembro de 2011, o ex-governador André Puccinelli inaugurou o recapeamento da Avenida Afonso Pena.

Em época de Cidade do Natal, espaço lota de pessoas (Foto: Paulo Francis)
Em época de Cidade do Natal, espaço lota de pessoas (Foto: Paulo Francis)


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