Antes de invadir casa e matar artista asfixiada, dupla cometeu série de crimes
Comparsas passaram dias vigiando a rotina na casa de Catarina, que morreu amarrada e amordaçada

Investigações da Polícia Civil apontam que Cézar Antunes de Lima, 36 anos, o “Tucano”, e Thalis Guinter Ambrosio Pereira, 30 anos, vinham cometendo série de roubos e furtos em Campo Grande antes de invadirem a casa da artista plástica Catarina Maria Marquesi Moreira, de 72 anos, morta no último dia 4 de maio.
“Eles se conheciam há uns três anos e vinham numa sequência de crimes em diversas regiões. Inclusive, na semana do crime roubaram uma outra casa nos mesmos moldes em que fizeram na casa da artista”, explica o delegado Reginaldo Salomão, responsável pelas investigações
Segundo ele, os comparsas passaram dias vigiando a rotina na casa de Catarina. Para entrar, eles usaram um imóvel vizinho abandonado. “Eles acreditaram que a família tinha dinheiro ou joias”, afirma o delegado.

A polícia descartou a participação de outras pessoas no latrocínio. Thalis foi quem ajudou a amarrar e Cézar quem matou a idosa asfixiada, segurando boca e nariz.
“Tucano” trocou tiros com a polícia e foi morto no último dia 13. No quarto em que ele alugava, num albergue para usuários de drogas, investigadores encontraram uma arma calibre 32 e anabolizantes. Ele cumpria pena do regime semiaberto e cometia crimes quando não estava no presídio.
Segundo as informações da Justiça, Cézar já tinha sido preso por roubos e também por homicídio cometido em 2003, registrado na Delegacia de Homicídios. Foi julgado por esse crime em 2008, quando foi condenado à pena de seis anos e seis meses em regime fechado, cumprida inicialmente no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande).
Mas sua vida no mundo do crime não parou por aí. Em 2014 Cézar e um adolescente abordaram comerciante e levaram R$ 95 que estava no bolso dele. Eles foram violentos durante o crime e o dinheiro foi usado para compra de drogas. Também respondia pelo roubo de um aparelho televisor de 55 polegadas em 2019.
Caso- A artesã foi encontrada pelo marido na sala da casa ainda com vida, mas não resistiu. O crime aconteceu na Rua João Pessoa, quase esquina com a 13 de Maio, na região do Bairro São Francisco. Segundo a polícia, a perícia inicial mostrou que o autor do crime entrou na casa pelo muro após invadir a residência que fica ao lado do local, com um pedaço de madeira colocado para dar apoio.
A principal suspeita é de que o autor tenha invadida a casa na tentativa de encontrar um cofre, que não existe no local. Segundo a Polícia Civil, não havia lesões aparentes no corpo, o que mostra que ela pode ter sido agredida apenas com socos e por isso morreu. O caso segue sob investigação da Derf.