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Capital

Após 16 dias na UTI, morre idoso que havia sido levado vivo ao necrotério

Paciente de 72 anos teve óbito atestado equivocadamente no HR e foi colocado dentro do saco mortuário

Por Silvia Frias e Antonio Bispo | 20/09/2024 11:17
José havia passado mal no dia 1º de setembro e transferido no dia seguinte para Hospital Regional (Foto/Arquivo pessoal)
José havia passado mal no dia 1º de setembro e transferido no dia seguinte para Hospital Regional (Foto/Arquivo pessoal)

José Carlos Soares de Oliveira, de 72 anos, que havia sido levado por engano ao necrotério do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul morreu esta manhã (20), por volta das 6h. Há 16 dias, a equipe médica atestou óbito erroneamente e, segundo repassado aos familiares, ficou de 10 a 15 minutos sem qualquer suporte.

“O tempo que ele passou sedado pela medicação e sem suporte dos aparelhos pode ter prejudicado muito a saúde dele, mas, mesmo assim, ele lutou pela vida”, disse um familiar do idoso, que pediu para não ser identificado.

Segundo ele, com a morte do idoso, a família avalia a possibilidade de entrar com ação contra o Hospital Regional.

Inicialmente, o idoso foi levado no dia 1º de setembro à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida por complicações no quadro clínico: sofria de problemas no coração e não estava aceitando a dieta médica.

No dia seguinte, conseguiu transferência para o Hospital Regional, mas ficou em leito semi-intensivo no pronto-socorro.

No dia 4, cerca de 20 minutos depois da visita, os familiares receberam a informação de que ele havia morrido. Deu-se início aos trâmites do velório e sepultamento e avisaram a ex-esposa do idoso.

"Ele lutou pela vida", diz familiar de idoso (Foto/Arquivo pessoal)
"Ele lutou pela vida", diz familiar de idoso (Foto/Arquivo pessoal)

No entanto, duas horas depois do aviso, a médica que atendeu o idoso entrou novamente em contato com a família avisando que, na verdade, o paciente ainda estava vivo. Segundo o relato, a descoberta aconteceu quando o corpo já estava no necrotério.

Em entrevista anterior ao Campo Grande News, o familiar havia contado o que soube do ocorrido.

“Eles constataram o óbito, retiraram os acessos, a medicação, extubaram, tiraram todo o suporte de vida dele, daí ele passou vários minutos para ser levado ao setor de patologia, que é o necrotério, colocaram ele no saco preto”, listou o familiar. “Quem constatou que ele estava respirando foi o pessoal do necrotério, e aí chamaram a médica”.

O tempo de permanência sem suporte é questionado pela família. A informação repassada a eles é que o idoso ficou sem apoio de 15 a 20 minutos, mas eles acreditam que isso tenha ocorrido em período superior a 30 minutos.

Depois da repercussão do caso, o idoso foi transferido para leito de UTI, no dia 6 de setembro. Hoje, a família recebeu comunicado, oficial e confirmado, que ele morreu.

A reportagem entrou em contato com assessoria do Hospital Regional e a informação é que a instituição não iria se pronunciar.

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