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Capital

Após 29 anos de agressões e estupros, mulher denuncia marido

Denúncia aconteceu por incentivo da filha, depois de mais uma cena de violência em casa

Silvia Frias e Bruna Marques | 20/07/2021 08:33
Caso foi denunciado e está sob investigação da Deam, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Caso foi denunciado e está sob investigação da Deam, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Depois de 29 anos de casamento de agressões psicológica e física, incluindo estupro, mulher de 48 anos denunciou o marido, incentivada por uma das filhas do casal. Ontem (19), ela foi estapeada e ameaçada com facas.

O homem de 48 anos foi preso em flagrante por equipe da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), indiciado inicialmente por injúria, ameaça e vias de fato e esta manhã será submetido à audiência de custódia. A polícia ainda analisa o caso e pode incluir estupro na lista.

O casal, de 48 anos, está junto há 29 anos e têm 5 filhos, sendo que 2 deles ainda moram com os pais. Há 10 anos, a família em Campo Grande, depois que saiu de município de Pernambuco, onde ele respondia a processo por homicídio.

A delegada Joilce Silveira Ramos, titular da Deam, disse que a mulher relatou histórico de agressões, humilhações e constrangimentos durante o tempo de casamento. O bairro onde a família vive não foi divulgado.

Ontem, o homem estapeou a esposa no rosto por duas vezes e a ameaçou com duas facas. Foi convencido por um dos filhos a entregar os utensílios.

A mulher saiu da casa e tentou encontrar equipe da PM (Polícia Militar) e esbarrou na filha, que voltava para casa. Convencido por ela, foi encorajada a chamar a polícia.

Preso, o homem desafiava a polícia e dizia que “cadeia não é para sempre”. As duas foram para a Deam e relataram o que havia ocorrido.

A mulher, segundo a delegada, estava desesperada, com medo do que aconteceria depois que ele saísse da prisão. “Ela falava o tempo que ele ia matar todo mundo”, contou Joilce. O homem respondeu a processo em Pernambuco por homicídio, quando matou chefe a tiros, depois de discussão.

A delegada disse que ainda está analisando se o indiciamento pode ser ampliado para crimes que ainda não tenham prescrito nesse tempo de convivência, com o relato de estupro, em que a mulher era obrigada a manter relações sexuais com o marido contra a sua vontade.

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