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Capital

Após assassinato do marido, PM viajou 350 km para pegar filhas na escola

Cássia ficou com as filhas gêmeas de 12 anos até 18h de segunda-feira e foi encontrada morta na manhã de terça

Ana Paula Chuva e Ângela Kempfer | 20/06/2023 16:37
Cássia e José Augusto estavam juntos há cerca de 1 ano. (Foto: Reprodução | Redes Sociais)
Cássia e José Augusto estavam juntos há cerca de 1 ano. (Foto: Reprodução | Redes Sociais)

A policial militar Cássia Silva Machado, 32 anos, achada morta em uma camionete na estrada que dá acesso ao Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, na manhã desta terça-feira (20), esteve com duas, dos cinco filhos, até por volta das 18h de segunda-feira (19), em Campo Grande. A Polícia Civil investiga se ela matou o marido Jorge Augusto Rivarola Saito, 36, também PM, em Presidente Epitácio (SP) e depois se matou em Campo Grande, a 350 quilômetros de distância.

De acordo com ex-marido, ele e Cássia se casaram quando ela tinha 16 anos e ele 19. O casal ficou junto por sete anos e no último ano do casamento tiveram filhas gêmeas, hoje com 12 anos. Após a separação, as meninas chegaram a morar com a mãe, mas há dois anos moram com o pai que tem a guarda delas.

Ao Campo Grande News, o eletrotécnico contou que recebeu mensagem de Cássia ontem por volta das 16h40 pedindo autorização para buscar as meninas na escola. Ele afirmou que não costuma autorizar, mas que decidiu abrir uma exceção. Por volta das 18h10, ele relata que voltou e encontrou as filhas já em casa.

"Elas contaram que haviam chegado pouco antes e que depois que saíram da escola foram a uma padaria com a mãe, mas não disseram o teor da conversa entre elas e eu também nunca fiquei especulando sobre", disse o homem.

À reportagem, o eletrotécnico relatou que as meninas ainda não sabem da morte da mãe. Ela afirmou que decidiu preservá-las porque teriam prova na escola nesta terça e que as levará até a casa da avó materna. “Estou buscando forças para contarmos. Eu não queria que elas perdessem a prova e entender melhor o que estava acontecendo”, relatou.

Sobre o novo relacionamento de Cássia, ele afirmou que ficou sabendo recentemente e acredita que os dois policiais estivessem juntos há aproximadamente um ano. Ele relatou ainda que conversou pouco com a mãe da PM, mas que ela parece arrasada com a notícia.

O Campo Grande News tentou contato com o delegado responsável pela investigação em Presidente Epitácio, mas foi avisado de que ele não tem autorização para passar informações.

Corpo de Cássia dentro da camionete do casal nesta terça-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)
Corpo de Cássia dentro da camionete do casal nesta terça-feira. (Foto: Henrique Kawaminami)

Investigação - Cássia e Saito eram cabos, lotados em Bataguassu, que fica a 36 km de Presidente Epitácio, onde moravam. Ingressaram no mesmo ano na Polícia Militar, em 2015. A investigação começa agora, mas de acordo com o major Adolf Hoffmann, ao que tudo indica, a mulher matou o policial no imóvel do casal, com dois tiros no peito e, na sequência, se deslocou até Campo Grande e tirou a própria vida com tiro na cabeça, na estrada da Gameleira.

Os corpos estavam em distância de cerca de 350 quilômetros, o que indica uma viagem de cerca de 4 horas. "Ao que tudo indica foi um suicídio”, explica o major sobre Cássia. Os militares assumiriam o plantão em Bataguassu nesta manhã. O corpo do homem foi encontrado pelos amigos de corporação, que sentiram falta do colega que não chegou para trabalhar.

De acordo com a delegada Rafaela Lobato, da Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher), as polícias de Mato Grosso do Sul e de São Paulo estarão integradas durante as investigações.

“Aparentemente, ambos os casos tem relação. Aqui há indícios de suicídio, mas vamos averiguar se há alguma intercorrência que possa levar a outro crime. Havia um orifício de entrada e saída no crânio dela, da própria arma dela. Não sabemos ainda se a arma utilizada nas duas situações é a mesma. Possivelmente ele faleceu antes dela”, disse a delegada.

Movimentação da Polícia Militar de São Paulo na casa onde José Augusto morava. (Foto: Cenário MS)
Movimentação da Polícia Militar de São Paulo na casa onde José Augusto morava. (Foto: Cenário MS)


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