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Capital

Após morte de paciente obeso, família vive novo drama para conseguir sepultá-lo

Funerária cobrou R$ 2 mil por caixão do tamanho do homem, que desenvolveu obesidade por causa do alcoolismo

Clayton Neves | 15/06/2022 13:59
Após morte de paciente obeso, família vive novo drama para conseguir sepultá-lo
Quarto onde Paulo passava os dias, no fundo da casa da mãe. (Foto: Gabriela Couto)

Intubado desde sábado (11), Paulo Pedroso não resistiu às complicações da obesidade e do alcoolismo. Na madrugada de hoje (15), o paciente que teve a história contada pelo Campo Grande News morreu  aos 43 anos, pesando 240 quilos. “O rim foi parando e duas úlceras começaram a sangrar. Ele estava muito inchado e durante a madrugada teve uma parada cardíaca”, explica a sobrinha, Dyessica Bruna Pedroso.

Agora, mesmo após a morte de Paulo e depois de anos de sofrimento, a família enfrenta uma nova dificuldade, desta vez, para sepultá-lo. “Como ele é muito grande, a funerária precisou de um caixão especial e não temos dinheiro para pagar”, conta.

De acordo com Dyessica, até às 19h de hoje, horário previsto para o início do velório, a família precisa desembolsar R$ 2.550, valor que deve ser pago à vista para a empresa funerária. “São R$ 2 mil do novo caixão e o restante dos produtos. A gente pagava pax e já esperava ter que pagar os produtos, mas o valor do caixão pegou todo mundo de surpresa. Não temos de onde tirar”, relata a sobrinha que trabalha como salgadeira.

Sem condições, a família apela para quem possa ajudar com as despesas. O telefone para contato é o (67) 99296-6871.

Relembre o caso -Aos 49 anos, Paulo era um excelente pedreiro, mas se perdeu no alcoolismo e chegou aos 240 quilos. A obesidade mórbida hoje é mais um agravante na história da dependência.

Na tarde do último dia 7, uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) teve que buscar Paulo mais uma vez na residência da família, no Bairro Aero Rancho.

Aos gritos de dor e delirando, o paciente foi encaminhado para mais uma internação por não conseguir respirar, mesmo com a ajuda do oxigênio.

Nos últimos dias, dona Vanda afirma que envelheceu dez anos. O filho nunca assumiu que era alcoólatra.

A ciência explica a obesidade alcoólica como fator desencadeado pela quantidade de toxinas da bebida. O organismo então prioriza metabolismo do álcool, o que favorece o estoque de gorduras, levando ao sobrepeso e até a obesidade mórbida.

O homem sempre bebeu pinga, corote e vodka com 'amigos' que a mãe não gostava. Por conta disso, Paulo pediu para morar em um quarto, nos fundos de casa, onde entrava por um portão.

Serviço - Quem quiser conhecer e participar do AA (Alcoólicos Anônimos) pode entrar em contato com o grupo pelo telefone (67) 3383-1854. Em Campo Grande, há diversos grupos em todas as regiões da cidade.

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