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Capital

Após reconstituição, delegado fecha inquérito sobre ataque a morador de rua

Jeozadaque Garcia e Francisco Júnior | 22/03/2012 20:13
Simulação foi realizada na noite desta quinta-feira e usou um boneco para simular o corpo em chamas de Levi. (Foto: João Garrigó)
Simulação foi realizada na noite desta quinta-feira e usou um boneco para simular o corpo em chamas de Levi. (Foto: João Garrigó)

O delegado Weber Luciano de Medeiros, da 2ª DP (Delegacia de Polícia), disse que com a reconstituição dos fatos conseguirá fechar o inquérito sobre o ataque ao morador de rua Levi da Costa, de 22 anos, que teve o corpo queimado no dia 10 deste mês no bairro Morada Verde, em Campo Grande,

A reconstituição foi realizada na noite desta quinta-feira (22), durou cerca de duas horas e, segundo Weber, serviu para delimitar o local exato e a participação de cada envolvido na tentativa de homicídio. O laudo deve ficar pronto em no máximo 30 dias.

Lucilene Tavares dos Santos, de 36 anos, ex-mulher de Levi, disse que não participou do crime. Ela garantiu que apenas se encontrou com Levi, que tinha uma dívida de drogas no valor de R$ 450 com Luiz Henrique dos Santos, de 53 anos.

Renato dos Santos Almeida, de 28 anos, outro envolvido, afirmou que emprestou a corda que foi usada por Thiago Misael Segóvia de Moura, de 21, para amarrar Levi. Segóvia, por sua vez, afirmou que amarrou o morador de rua e jogou gasolina sobre ele.

O rapaz saiu correndo e recebeu um chute de outro envolvido, Thiago Vieira, e acabou caindo sobre o cigarro que fumava. Vieira nega o fato, mas confessa que agrediu Levi.

Segundo Weber, as versões apresentadas têm contradições em relação às investigações e ao depoimento de Levi. O cabo do Corpo de Bombeiros que socorreu o morador de rua também participou da reconstituição, que usou um boneco para simular o corpo em chamas da vítima.

O caso - De acordo com a Polícia Civil, Levi foi atraído por Lucilene para o local onde teve o corpo incendiado. Segundo o delegado, a mulher encontrou com Levi e o levou para um bar, no bairro Morada Verde. No local, outras quatro pessoas, integrantes de uma quadrilha de tráfico de drogas, esperavam por Levi e cercaram a vítima.

Envolvidos apresentaram versões diferentes à Polícia. (Foto: João Garrigó)
Envolvidos apresentaram versões diferentes à Polícia. (Foto: João Garrigó)

Renato teria pegado uma corda e amarrado Levi. A vítima foi levada para um centro catequético de uma igreja próxima e espancada. Em seguida, o jovem foi levado para uma rua de asfalto, onde teve o corpo incendiado.

Segundo o delegado, Segóvia foi quem jogou gasolina no corpo da vítima e Thiago Vieira da Silva, de 23 anos, ateou fogo logo em seguida.

De acordo com a investigação, Levi rolou pelo asfalto na tentativa de apagar o fogo e depois saiu correndo, entrou em um matagal e foi encontrado andando pela rua Albatroz, no bairro Nascente do Segredo. Ele foi socorrido por populares, que acionaram o Corpo de Bombeiros.

Levi sofreu queimaduras de segundo grau, espalhadas, principalmente, pela genitália, peito e cabeça. Dependente químico, ele foi expulso de casa em 2007 pelo pai, e morava na rua.

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