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Capital

Após sequestro, Coronel Ivan reclama de falta de ação da segurança

Marta Ferreira | 28/03/2011 17:34
Coronel da reserva diz que sequestros só estão acontecendo porque está faltando ação da segurança. (Fernando Dias)
Coronel da reserva diz que sequestros só estão acontecendo porque está faltando ação da segurança. (Fernando Dias)

Ex-comandante da Polícia Militar e ex-deputado estadual, o coronel da reserva da PM (Polícia Militar) José Ivan de Almeida, 55 anos, disse hoje que está faltando “ação” da segurança pública em Mato Grosso do Sul.

A definição foi em entrevista ao Campo Grande News na qual o coronel comentou o sequestro sofrido por ele, comunicado à Polícia Civil na madrugada de sábado.

Conforme o relato de José Ivan, ele ficou 7 horas em poder de três bandidos, que roubaram R$ 5,5 mil, 90 euros, a camionete S-10 do militar reformado. Os bandidos também levaram produtos que estavam no veículo, como aparelhos de ar condicionado, e dependeram a camionete.

A camionete foi achada no mesmo dia, atolada, na estrada da Gameleira, em Campo Grande.

O Coronel Ivan, como ficou conhecido, lembrou que só no sábado ocorreram outros dois casos do tipo e analisou: “Eles só estão acontecendo por falta de segurança pública”, afirma.

Ele questionou, por exemplo, a presença de viaturas da PM no Parque das Nações Indígenas após o fechamento do espaço. “Elas não deviam estar fazendo policiamento nas escolas, por exemplo? “

Relato- José Ivan, comandante da PM no governo Zeca do PT, contou que estava no bairro Jardim São Lourenço, em frente a um condomínio, onde foi para buscar informações sobre um veículo no qual estava interassado para compra.

Ao parar, percebeu que a guarita estava vazia e decidiu esperar um tempo no carro. Nesse intervalo, segundo contou, surgiram os três homens, que o abordaram e anunciaram o assalto.

Primeiro, conforme o coronel, ele ficou no banco do passageiro e um dos bandidos dirigiu a camionete, no sentido da avenida Três Barras, na saída para Três Lagoas.

Depois, ele foi obrigado a trocar de lugar com um dos bandidos e ficar no banco de trás.

Ivan contou que chegou a tentar gritar para chamar a atenção das pessoas, mas acabou levando uma pancada e ficando desacordado. Disse que quando acordou, estava em uma chácara na saída para Três Lagoas.

O coronel disse que foi amarrado, amordaçado, que apanhou e que os bandidos o ameaçaram de morte o tempo todo. Chegaram até, conforme o relato do coronel, a quebrar dois dentes dele com o cano do revólver.

Apesar desse relato de violencia, ele preferiu nao fazer exame de corpo de delito.

Conforme José Ivan contou, dois dos bandidos demonstravam nrvosismo e um deles conversava o tempo todo com uma outra pessoa por telefone, que dava as ordens.

Ele relatou que mudou de cativeiro por 4 vezes. Durante o tempo que esteve em poder dos ladrões, disse que eles falavam em usar o veículo para cometer assaltos e depois ele seria levado para o Paraguai.

O bandido que fazia contato por telefone, em um dado momento, conforme José Ivan, pediu para que fosse dado prazo de uma hora e meia e depois disso, quando alguém voltasse para buscar os ladrões, a ordem era matar a vítima.

O fim-Os homens, porém, deixaram o coronel no local, e fugiram.

José Ivan disse que, mesmo sem saber o que poderia acontecer, não perdeu a tranqüilidade. Ele acredita que os bandidos não o mataram por terem ficado “alegres” pelo dinheiro que conseguiram.

“Eles pediram drogas, relógio e jóias, mas eu não tinha nada disso”.

José Ivan disse que os bandidos não demonstraram saber quem ele era, mesmo depois de terem visto sua carteira, onde haviam documentos. Contou que eles olharam só a carteira de militar, que era da época de comandante da corporação e tem o brasão federal.

“Eles pensaram que eu era policial federal, mas eu disse que só tinha ficado dois anos. Eles disseram que se fosse PM ou Civil, me matariam”.

A Polícia ainda não prendeu ninguém ligado ao caso.

José Ivan rejeitou qualquer relação do caso com a decisão judicial que o impediu de ficar a menos de 300 metros da mulher. A queixa foi retirada.

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