Após teatro em delegacia, ninguém confirma se tenente-coronel foi solta
Oficial da PM presa por matar marido tem ordem para deixar prisão, mas advogado, Agepen e PM não confirmam cumprimento até agora
Mistério e expectativa. Este é o clima na frente do Presídio Militar de Campo Grande, junto ao complexo penal da cidade, no Jardim Noroeste, onde desde o começo da tarde é aguardada a libertação da tenente-coronel da Polícia Militar Itamara Romeiro Nogueira, presa por ter matado a tiros o marido dela, o major da PM Valdeni Romeiro Nogueira, 47 anos, na semana passada.
A ordem para soltar a oficial saiu no começo da tarde. Até o fechamento deste texto, no entanto, as informações são desencontradas.
Desde o começo da tarde, apenas uma viatura de escolta da PM e o veículo de um servidor deixaram o presídio.
O advogado dela, José Roberto da Rosa, diz não saber que horas Itamara deixará o presídio. Confirma que o alvará já foi levado à unidade penal e a soltura depende da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário).
Já o diretor-presidente da agência, Airton Stropa, consultado pela reportagem, diz que a PM está no Presídio Militar e, portanto, o cumprimento da decisão depende da corporação.
Na Polícia Militar, a assessoria de comunicação informa que não sabe se Itamara já foi solta. Apenas confirma que o alvará chegou no começo da tarde ao presídio.
Sexta-feira (15), quando Itamara foi depor na 7ª DP (Delegacia de Polícia) de Campo Grande, um teatro foi montado para evitar que imagens dela fossem feitas. Uma mulher entrou na delegacia escoltada pelo advogado e com um cobertor na cabeça, despistando jornalistas, enquanto a oficial da PM chegou em outro carro, por uma entrada lateral.
Não se sabe, portanto, se a demora em soltar a policial, neste momento, tenha relação com alguma nova tentativa de evitar mostrá-la às câmeras. A ordem concedida a ela tem, também, restrições, como a necessidade de se apresentar trimestralmente à Justiça.
Mais cedo, na porta do presídio, Rosa disse que sua cliente deverá ser submetida a um tratamento psicológico e quer, prioritariamente, retomar seu convívio com a filha, de 13 anos. Na PM, ela deverá ser submetida a uma junta médica e não deve retornar às suas funções normais tão cedo.