Área é limpa e vizinhos começam a ver projeto popular crescer no Jd. Antártica
Quem tem comércio adorou a proposta, mas quem ainda pensa em ganhar uma praça não achou muito bom
Depois de assinatura da parceria entre prefeitura e governo do Estado, começa a andar o projeto do condomínio popular no Conjunto Residencial Jardim Antártica. O terreno foi limpo para a construção na Travessa Laucídio Borges do Nascimento, próximo à USF (Unidade de Saúde da Família) na região do Bonança, em Campo Grande.
No terreno, avaliado em R$ 2 milhões de acordo com a prefeitura, serão construídos 60 unidades habitacionais para 30 famílias que serão sorteadas pela Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) e 30 pela Agehab (Agência de Habitação Popular do Estado de Mato Grosso do Sul). O investimento é do programa federal Minha Casa, Minha Vida, com valor de R$ 160 mil por apartamento.
A região tem estrutura já instalada, com comércio próximo, redes de água e esgoto, o que tem mudado nos últimos anos o perfil dos residenciais populares. Antes, esse tipo de projeto era executado em áreas afastadas, menos habitadas. Hoje, a opção é por locais que não demandam grandes intervenções.
Para quem já vive na região há tempos, a mudança pode ser muito boa, mas também ruim.
O feirante Ismael Delmondes dos Santos, de 68 anos, gostou da ideia. Ele mora no Bairro Aero Rancho, mas há 20 anos tem uma horta, onde cultiva hortaliças, próximo ao terreno. Alheio às notícias, só na semana passada o morador foi informado sobre os apartamentos populares.
“Pra mim vai ser muito benéfico, porque são mais clientes que estarão chegando para consumir os meus produtos. A construção não vai afetar a área onde eu planto”, contou animado. Segundo o idoso, em mandatos anteriores de outros prefeitos chegou a ser feita reunião para discutir a construção de uma praça na área, mas o projeto não vingou. “Os moradores não estão muito contentes com a vinda do condomínio popular. Eles não estão satisfeitos”, afirmou.
Ainda não se sabe quanto as obras devem começar. Mas com o velho temor de quem vê o bairro mudar, a aposentada Marluce Silva, de 69 anos, não ficou feliz com a notícia. A mulher vive no bairro há 10 anos e preferia uma praça. “Há anos a gente pede a construção de uma praça aqui. Chegou a ser protocolado o projeto”, reclamou.
Ela disse que ficou sabendo do residencial quando começaram a fazer a limpeza do espaço. O problema para ela é trocar o certo pelo duvidoso. A aposentada também pensa na valorização de imóveis.
“Não é preconceito, mas a gente não sabe o que pode acontecer depois da construção desse condomínio. Eu pretendo vender a minha casa futuramente, se fosse construída praça ou área de lazer, com certeza valorizaria meu imóvel. As ruas aqui são muito tranquilas, a maioria das pessoas são idosas, então a gente não sabe o que pode acontecer no futuro”, disse.
Novos moradores - Conforme a Emha, o processo de sorteios seguirá as diretrizes do programa Minha Casa, Minha Vida. Os interessados devem procurar a Emha ou a Agehab e, posteriormente, se inscreverem nos sorteios dos apartamentos do empreendimento, demonstrando interesse em adquirir o imóvel. O sorteio será realizado em praça pública, mas ainda não tem data definida.
A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e o governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), se reuniram nesta semana para assinatura do contrato de construção das unidades habitacionais no Jardim Antártica. De acordo com Adriane, a assinatura dá início ao Novo Minha Casa Minha Vida no país, que passou por mudanças no ano passado.
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