Assaf Trad ganha recapeamento, mas sinalização para ciclistas desaparece
Quem anda de bicicleta pela região contabiliza relatos de "quase acidentes"; medo de atropelamento é grande
Quase 20 dias se passaram desde o fim das obras de recapeamento da Avenida Cônsul Assaf Trad, via de importante acesso a região norte de Campo Grande, mas a não implantação da sinalização horizontal, na região, tem colocado em risco a vida de ciclistas.
Isso porque, em trecho próximo à Rua Sunko Yonamine, no Bairro Cel. Antonino, os tachões refletivos – também conhecidos como “olho de gato” – foram retirados para realização das obras de recapeamento, deixando de haver delimitação do espaço destinado para bicicletas na via.
Com isso, ciclistas passaram a andar lado a lado com veículos. Situação que por pouco não acabou em acidente envolvendo o trabalhador Jovenildo de Oliveira, de 33 anos.
“Está ficando bom, tudo novo, mas está perigoso. Agora há pouco mesmo um carro entrou na área que antes era da ciclovia, na minha frente. A gente fica desprotegido, então tem que terminar de pintar”, relata.
Quem também escapou por pouco de ser atropelado foi o funcionário público Fábio Porto, de 36 anos. “No momento está difícil, com a falta de sinalização eu quase fui atropelado duas vezes. Tenho que ficar sinalizando com as mãos para os motoristas”, revela.
Sem sinalização, os ciclistas precisam contar com a atenção dos condutores, o que nem sempre acontece. “A maioria não respeita e passa correndo. Estão achando que, com o recapeamento, a ciclovia sumiu”, opina o servente Alexandro de Oliveira, de 21 anos.
O jovem também guarda relatos de “quase acidente”, afirma. “Qualquer hora que você passa aqui tem um com mais pressa que o outro. Uma vez o carro veio rápido, na minha direção, quase me atropelou”.
Pedestres que utilizam o espaço para caminhar também relatam medo. Para o representante comercial Francisco Alves, de 58 anos, passar de bicicleta pelo trecho está “extremamente perigoso”, diz. “Procuro andar sempre de frente para os veículos para ver tudo a minha frente e não correr tanto risco.
Ainda falta manutenção – Por mais que boa parte da ciclovia da avenida tenha sido contemplada com as obras de recapeamento, trechos do canteiro não receberam novo asfalto e continuam guardando surpresas perigosas para os ciclistas, como o buraco aberto em trecho próximo ao Terminal Gel. Osório.
Em julho de 2020, o Campo Grande News mostrou o reflexo da falta de manutenção na região, incluindo o buraco citado. De lá para cá, a erosão aumentou, tornando ainda mais arriscado para quem passa pelo local.
Para Fábio, já citado, os espaços deveriam ter recebido melhorias de uma vez só. “Não dá para entender porque esqueceram esse trecho. Como as máquinas já estavam aqui, não custava arrumar a ciclovia também”, afirmou ao lembrar que equipes de obras estiveram no local recentemente.
Posicionamento - A reportagem enviou solicitação à prefeitura de Campo Grande questionando sobre à falta de sinalização da ciclovia, assim como falta de manutenção em trechos do espaço destinos aos ciclistas. A Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) informou que a ciclofaixa será refeita, com a sinalização e a recolocação dos tachões. O trabalho será realizado pela empreiteira responsável pelo recapeamento.