Na Assaf Trad, sinalização confusa e obstáculos colocam ciclistas em risco
Além de buracos, ciclistas tem de seguir sinalização gasta e truncada em alguns trechos
Na região Norte de Campo Grande, pedalar pela Avenida Cônsul Assaf Trad é tarefa arriscada. Além de obstáculos que surgem do nada, a sinalização confusa em alguns pontos potencializa as chances de acidentes.
Ao longo da via, a falta de manutenção é visivelmente percebida em buracos e pelo desgaste de marcações no asfalto de alguns trechos. O projeto também parece que foi feito pela metade, não há continuidade no percurso.
Em um trajeto de aproximadamente 5 quilômetros, ciclistas andam ora por ciclovias - que são espaços separados fisicamente de onde trafegam os carros - e em outros trechos só existem ciclofaixas - outro tipo de pista em canteiros centrais, destinadas às bicicletas.
Seguir ao lado dos veículos, que muitas vezes andam em alta velocidade, não é nada confortável.
“Tem que tomar cuidado, falta sinalização em algumas partes e muita gente anda de bicicleta por aqui. Fica perigoso porque os motoristas parecem não enxergar a gente. Já vi carro ultrapassando pela ciclofaixa”, comenta o frentista Everton da Silva Proença, que há pelo menos 10 anos utiliza bicicleta como meio de locomoção.
Confusão - Até o sentido a ser seguido pelos ciclistas é confuso na Assaf Trad. A regra comum de direção, é sempre seguir pela faixa direita, mas muda em determinado trecho e o ciclista precisa trocar para a faixa da esquerda.
Ocorre que no vai e vem, nem todo mundo percebe que é necessário "mudar mão", segundo as setas no chão. Para piorar, os sinais são visivelmente feitos de improviso, diferente do padrão usado pelo órgão oficial de trânsito.
“Confesso que eu nunca entendi essa mudança, mas acredito que seja para que o ciclista que fica mais exposto e na beirada da pista, próximo aos carros, veja quando os veículos se aproximam”, opina o estudante Ricardo Silva, de 25 anos.
Everton afirma saber da mudança, mas confessa que nem sempre anda na faixa apontada como certa. “Eu procuro ir no lugar mais seguro, que na maioria das vezes é a direita”.
Posto no meio do caminho - E no meio do trajeto, os ciclistas também precisam lidar com um trecho que corta o posto de combustíveis que fica no canteiro, surpreendidos muitas vezes por carros que entram para abastecer sem lembrar do fluxo de ciclistas.
“Os carros entram com tudo e tem uma parte que os motoristas confundem com a entrada no posto e tiveram que colocar um cone para impedir que os carros passem pela ciclovia”, reclama Samuel Alves, de 27 anos.
A medida de prevenção foi adotada por funcionários do estabelecimento. “Tivemos que colocar para que os carros não entrem, porque acreditam ser a entrada”, afirma o gerente do posto, Marcos Simão, de 37 anos.
Buracos – Apesar de não serem muitos, os buracos ao longo do trajeto também incomodam. Pelo menos três deles ficam bem próximos, a menos de 15 metros de distância. O problema é que, como dois deles estão em uma curva, ciclistas são pegos de surpresa, aumentando as chances de queda para os mais desatentos.
Consultada, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) ficou de fazer um levantamento sobre a situação das ciclovias e responder aos questionamentos do Campo Grande News na próxima segunda-feira.