Assassinas de manicure são condenadas a prisão por 14 e 16 anos
Foram condenadas a penas que vão de 14 anos e meio à 16 anos de prisão as acusadas de matar a manicure Jennifer Nayara Guilhermete de Moraes, de 22 anos, alegando ciúmes. A maior pena foi aplicada à Gabriela Santos Antunes, de 21 anos, que teria planejado o crime e atirado contra a vítima.
Gabriela foi considerada culpada por homicídio qualificado e posse ilegal de munição. Já a comparsa dela, Emilly Karoliny Leite, que também tem 21 anos, recebeu sentença apenas por homicídio qualificado.
A dupla matou Jennifer em 16 de janeiro de 2016, após surgirem boatos de que ela tinha reatado um romance com Alisson Patrick Vieira, ex-marido de Gabriela. Elas atraíram a vítima até a cachoeira do Ceuzinho, na saída para Rochedo. Lá, a manicure foi morta a tiros por Gabriela, que contou com ajuda de Emilly.
Tanto Emilly como Gabriela também foram acusadas de corromperem uma adolescente, chamada Ana, que também teria participado do homicídio. Entretanto, a defesa conseguiu convencer que a garota já era corrompida e a dupla foi inocentada do crime de corrupção de menores, atenuando a pena. As duas já estão presas.
Ao fim do júri, a reação das duas condenadas demonstrou cerca consternação, porém, elas não chegaram a chorar, permanecendo sentadas e contidas com a situação. Elas permaneceram sentadas, apenas lamentando, logo em seguida foram retiradas, do tribunal, sendo levadas novamente para a detenção.
Já a reação da mãe de Jennifer foi de alívio. "Ficou dentro do esperado [o resultado]. Meu coração agora fica aliviado porque foi feita à justiça", contou a mãe da manicure, Lucimar Vieira Guilhermete, que acompanhou o julgamento e completou.
"Entre aspas, estou feliz, porque agora sei que vou poder descansar. Apesar de achar que a pena foi pouca, foi suficiente para que, a partir de agora, as duas pensem melhor antes de agir novamente", frisa a mãe da vítima.
Estratégias - Durante o júri, realizado desde às 8h desta quarta-feira (29), a defesa de Gabriela e Emilly adotaram estratégias diferentes. No caso da primeira, a advogada Estella Bauermeister Oliveira ressaltou as dificuldades passadas pela ré durante a vida, como falta de afeto materno e agressões sofridas pelo padrasto.
Além disso, a defesa de Gabriela pediu que fosse retirada as qualificadoras do homicídio e absolvição para o porte ilegal de munição, já que que as três munições usadas no crime pertenciam a Alisson. Gabriela ainda contou que atirou em Jennifer após ser provocada, já que ela teria dito "corna mãe, corna filha".
Entretanto, o júri não acatou as justificativas e considerou o motivo torpe e que foi usado recurso que dificultou a defesa da manicure, que atingida no maxilar por um tiro, acabou caindo no precipício da cachoeira. Foi considerado também que a conduta pessoal e a personalidade da ré a desfavorecem, sendo ela temida no bairro onde morava.
Porém, como Gabriela confessou os crimes pelo qual foi acusada, conseguiu redução de um ano da pena pelo homicídio, que finalizou sendo fixada em 16 anos de reclusão, e também na pena por porte ilegal de munição, fixada em um anos e dois meses. No caso, as penas, por serem de diferente natureza, não são somadas e cumpridas concomitantemente.
Já a defesa de Emilly foi feita pelo defensor público Rodrigo Antonio Stochiero, que antes de tomar a palavra, se ajoelhou e pediu perdão aos familiares de Jennifer. Ele sustentou que a ré não participou do crime, afirmando ainda que Gabriela foi uma "maldita companhia" para Emilly, que é uma pessoa altamente influenciável.
Contudo, o júri não afastou a culpa de Emilly ao aderir às vontades de Gabriela, até porque, foi ela quem forneceu a máquina para raspar o cabelo de outra mulher, como forma de punição, também por cíumes de Gabriela.
Ainda assim, foi admitido que a participação de Emilly foi de menor grau no crime, já que a execução final do homicídio foi de Gabriela. Só que tal situação não foi o suficiente para que fosse afastado o dolo de Emilly.
Considerando todas essas alegações, tanto os homicídios pelos quais a ré era acusada como as qualificadoras foram mantidas. Na segunda fase do julgamento, foi considerado a confissão de Emilly, que assim como Gabriela, teve um ano de pena retirada antes dela ser fixada em 14 anos e seis meses.