Assustados, moradores atribuem assassinatos em bairro ao tráfico
Bairro, que fica localizado na saída para São Paulo, é o segundo mais populoso da cidade, com 37.671 pessoas
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Depois de duas mortes em menos de dois dias, os moradores do Jardim Centro-Oeste ouvidos pela reportagem estão assustados e atribuem os assassinatos que ocorreram na região, pelo menos a maioria deles, ao tráfico de drogas. O bairro, que fica localizado na saída para São Paulo, é o segundo mais populoso da cidade, com 37.671 pessoas. De janeiro até agora, somente em Campo Grande foram registrados 80 homicídios dolosos.
Na madrugada desta terça-feira (3), um homem de aproximadamente 30 anos foi achado morto na esquina da Avenida Marajoara. O boletim de ocorrência não discorre se ele foi vítima de tiro ou facada. O nome da vítima não foi divulgado, porque não portava documentos pessoais.
Conforme um morador de 35 anos, o rapaz se chamava Hiago e era dependente químico. “Ele era usuário de drogas e já estava bastante viciado. Quase certeza que morreu por conta de alguma dívida. Vivia numa casa abandonada ali no beco, mas era gente boa. O problema de tudo isso é quem vende [traficante]. Aqui no bairro tem muito disso, ficou bastante perigoso nos últimos meses porque você não sabe com quem tá lidando. Infelizmente esse negócio de droga tomou conta da cidade”, reclamou
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No domingo (1º), outro homem, também sem identificação até o momento, foi morto com uma facada no peito. O corpo foi encontrado na calçada da Rua do Patrocínio com a Avenida dos Cafezais. Durante perícia na cena do crime, foi encontrada uma faca com manchas de sangue na varanda de um comércio. O objeto foi apreendido. Os dois corpos foram levados ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) para exame necroscópico e identificação.
Outro morador, comerciante de 38 anos, contou que tinha comércio no bairro, mas desistiu em razão da criminalidade. "Abri em outra região. Sempre tem morte aqui no bairro, mas geralmente é tiro. Essas facadas devem ser porque estavam brigando e pegam o que acham pela frente. Aqui tem muito comércio de droga, eu prefiro nem me envolver com vizinho porque você não sabe qual o histórico da pessoa. Fico em casa com a minha família e me afasto de tudo”, lamentou.
Vivendo na região há 22 anos, o aposentado de 63 anos relembrou que o bairro já foi tranquilo e podia até se sentar com a família em frente de casa, as crianças brincavam na rua. “Hoje é do portão pra dentro. Escureceu, não é bom ficar dando mole na rua. Esse negócio de droga tem tirado a vida de muitas pessoas, isso está demais”, disse.
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