Atividade em família é suspensa em escola onde mãe foi esfaqueada

A Escola Municipal Bernardo Franco Baís, localizada na Vila Glória, em Campo Grande, suspendeu o Dia da Família e a reposição de aula que aconteceria neste sábado (20). No entanto, as aulas acontecem normalmente na unidade, um dia após ex-aluno de 15 anos esfaquear uma advogada que deixava o filho na aula.

O anúncio da suspensão das atividades de amanhã foi publicado ainda ontem em rede social. Na mensagem, não foi colocado o motivo do adiamento, mas a escola confirma a aula normal desta sexta-feira (19). A segurança em frente à unidade também foi reforçada por equipe da Guarda Civil Metropolitana.

Um cartaz também foi fixado na porta da escola avisando sobre o adiamento. Na postagem, alguns familiares comentaram que os alunos ainda estão assustados e abalados com tudo o que aconteceu. Uma mãe ainda agradece os funcionários e professores que fizeram o possível para preservar as crianças.

“Mas eles já entendem e ainda estavam assustados com os acontecimentos nacionais anteriores. Agora, foi na escola deles, e não vai ser fácil retomada. Temos sorte de ter os melhores profissionais que tratam nossos filhos como se fossem deles”, disse a mulher.

Na manhã de hoje, o secretário municipal de Educação, Lucas Bittencourt, esteve na escola. Em nota, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informou que a pasta está prestando apoio aos estudantes, familiares e a comunidade escolar.

Além disso, a secretaria afirmou que a administração municipal segue mobilizada para proteger a comunidade escolar colocando a segurança dos alunos como “absoluta prioridade de trabalho da Guarda Municipal". E que as aulas serão mantidas normalmente.

“É importante ressaltar que as medidas anunciadas recentemente pela atual gestão municipal, que adotou o fechamento dos portões não permitindo acesso nem mesmo aos familiares durante a permanência dos alunos na escola, a incorporação de 109 servidores da GCM, a disponibilidade de viaturas exclusivas para rondas escolares, e o desempenho dos agentes patrimoniais, foram fatores determinantes para que houvesse uma resposta rápida diante do acontecido”, diz o documento.

Sobre o suposto estupro que o adolescente teria sofrido dentro da escola, a Semed afirmou ainda que nada foi registrado em ata e que existe um grupo de psicólogos para atender a escola e os professores, equipe técnico-pedagógica e direção são preparados para situações como essa.

“A unidade escolar realizou um levantamento em seus arquivos e não consta nenhum registro em ata ou outros documentos escolares em referência a esse aluno”, pontuou a pasta.

Entenda - Uma advogada, de 46 anos, foi esfaqueada no início da tarde desta quinta-feira (18), ao deixar o filho na Escola Municipal Bernardo Franco Baís, localizada na Avenida Calógeras, no Bairro Vila Glória. O autor é um adolescente de aproximadamente 15 anos, ex-aluno da escola, que usava uniforme da Rede Estadual de Ensino.

Ao Campo Grande News, o filho mais velho da mulher disse que foi até o local após ser avisado do incidente. Segundo ele, que prefere não se identificar, a mãe foi atingida na região da lombar e levada para atendimento médico na Santa Casa pelo Corpo de Bombeiros. Não há informações atualizadas sobre o estado de saúde dela. O autor teria se infiltrado no meio dos alunos que entravam na escola.

Logo após atingir a advogada, ele foi detido por um agente patrimonial que estava na escola, até a chegada da GCM e da PM (Polícia Militar). De acordo com o tenente Rafael Ribeiro, foram apreendidas com o adolescente quatro facas e uma marreta. Ele foi levado para a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude).

Os pais de alunos que estavam no local ficaram assustados e decidiram levar as crianças de volta para casa. Alguns chegaram no final da tarde e alegaram não terem sido avisados sobre o acontecimento e que não levariam os filhos para a aula desta sexta.

Em nota, a Polícia Civil informou que o adolescente foi apreendido em flagrante por ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio. A corporação afirmou ainda que foi feita perícia no local onde o crime aconteceu e as circunstâncias e motivações ainda estão sendo investigadas. O adolescente foi encaminhada para a Unei (Unidade Educacional de Internação).

Depoimento - O advogado da família do adolescente, Guilherme Cury, afirmou que conversou brevemente com o menino e que ainda não tem detalhes do abuso que o rapaz relata, que teria ocorrido no banheiro da unidade.

 "Apenas diz que foi na antiga escola encontrar rapazes que teriam abusado dele". Segundo Cury, agente patrimonial contou que o adolescente estava em surto no momento.

À reportagem do Campo Grande News, o advogado comentou que o cliente passou por depoimento especial ontem. A mãe dele também foi ouvida pela polícia. Ela estava bastante abalada e disse que não poderia falar com a imprensa por estar "com o coração pequenininho".