Bancos fazem clientes esperar por mais de 3 horas e deixam idosos debaixo do sol
Fila na área externa garante distanciamento social, mas quem espera reclama de descaso
Mesmo buscando cumprir as medidas de isolamento social, agências bancárias têm deixado idosos enfrentar fila debaixo de sol para serem atendidos. Nesta quinta-feira, clientes relataram espera de mais de três horas, do lado de fora das unidades da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande.
A situação foi apontada como descaso pelos usuários das instituições bancárias, já que nos últimos dias a meteorologia chegou a registrar sensação térmica de até 48°C. Na agência do Banco do Brasil, na Afonso Pena com a Rua 13 de Maio, por volta das 13h de hoje, a fila dobrava esquina e vários idosos aguardavam por atendimento sem qualquer sombra.
Professora universitária, Mariuza Guimarães , afirma que enfrentou o problema por mais de um dia. “Segunda-feira fiquei com minha mãe de 72 anos por 3 horas na fila do Bradesco da Afonso Pena, por um erro deles. Hoje fui Banco do Brasil e a fila é no sol. Não tem fila preferencial. Ou fica no sol ou não resolve os problemas”, afirmou .
A profissional autônoma, Elani Cassia, 41 anos, detalhou que não há qualquer cuidado com os idosos. “Eu cheguei e fiquei no final da fila e as pessoas idosas estão ficando junto com a gente e deveriam ser preferencial. Isso é desumano. Tem que olhar com um olhar de empatia”, afirmou
Aposentada por invalidez, Debora Regina, 40 anos, esperou por pelo menos 40 minutos debaixo do sol para uma negociação do cartão de crédito. “Tinha que ter uma cobertura para gente aqui na frente. A gente está sendo muito maltratado”.
Na agência do Bradesco, na Afonso Pena com a Calógeras, tendas foram instaladas para abrigar os clientes e o distanciamento social está sendo cumprido, mas a demora é absurda.
Fábio Rocha da Silva, 40 anos, por exemplo, já esperava por mais de três horas para fazer um cartão de crédito. “Cheguei aqui às 11h30 e continuou esperando”.
Outra cliente, que preferiu não se identificar, afirmou que chegou na agência por volta das 10h40 e às 14h ainda esperava para entrar no banco e abrir um conta.
Em nota, o Banco do Brasi, afirmou que se trata de uma situação atípica, em decorrência da liberação do Pronampe nesta data, início de mês, o que aumentou o fluxo na dependência. Além disso, o quadro de funcionários precisou atender demanda maior por empréstimos da prefeitura, com a diminuição da taxa mensal de consignado.
"Durante o período de contingenciamento, o acesso às agências do BB vem sendo feito por meio de triagem que assegure a permanência de grupos reduzidos de clientes nas salas de autoatendimento e no interior de suas unidades, o que aumenta o distanciamento social em ambiente fechado, com maior proteção para funcionários e clientes. O BB oferece álcool em gel para os usuários dos terminais eletrônicos e marcadores de distância".
O Bradesco infomou que está funcionando em horário diferenciado de atendimento, com o objetivo de preservar a segurança de todos os clientes e funcionários, evitando riscos de propagação do novo coronavírus pela proximidade de pessoas. "
O horário de atendimento é entre 10h e 14h para o público em geral. Para aposentados e pensionistas do INSS, o atendimento começa uma hora antes e, nos dias de pagamento desse público, a abertura das agências acontece com duas horas de antecedência, ou seja, às 8h".
Os funcionários do banco também estão orientados a organizarem o atendimento nas Agências e nas salas de autoatendimento de forma a evitar concentração de pessoas no interior dos ambientes, preservando a recomendação de manter distância mínima de 1,5 metro entre elas. A entrada nas agências é escalonada. Podem entrar de 5 em 5 ou de 10 em 10 pessoas, dependendo do tamanho de cada agência. O Bradesco redimensionou ainda o atendimento em um sistema de rodízio, no qual os funcionários se revezam em turnos semanais