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Capital

Briga por pipa antecedeu e pode ter provocado duplo homicídio no Bairro Guanandi

Jean Carlos Rocha, de 27 anos, está sendo julgado nesta quarta-feira (30) pelo crime

Dayene Paz | 30/03/2022 12:30
Jean Carlos (de camisa branca e de máscara) sentado no banco dos réus, enquanto uma das vítimas presta depoimento. (Foto: Dayene Paz)
Jean Carlos (de camisa branca e de máscara) sentado no banco dos réus, enquanto uma das vítimas presta depoimento. (Foto: Dayene Paz)

Briga por causa de pipa antecedeu o duplo homicídio no Bairro Guanandi, em Campo Grande, em novembro de 2016. Após seis anos, um dos acusados pelo crime, Jean Carlos Rocha Martins, de 27 anos, é julgado. Ele chegou a confessar os assassinatos quando preso, mas no Tribunal do Júri nesta quarta-feira (30), colocou a culpa no comparsa, que foi assassinado em novembro do ano passado.

O crime aconteceu no dia 6 de novembro de 2016, na Rua Corá. Jean e um comparsa chegaram atirando contra as vítimas que estavam na frente da casa onde acontecia um chá de bebê. Alex Duarte Ferreira, de 17 anos, e Mikael Vinicius Godoy Rolon, de 22, morreram. Outras três foram feridas com tiros e sobreviveram. Uma delas teve sequelas.

Jean chegou a ser preso, mas conseguiu liberdade provisória. Dias depois, quando saiu o pedido de prisão preventiva, ele já não foi mais encontrado. Quase cinco anos depois, Jean foi preso durante uma batida policial, em Nova Andradina, cidade a 298 quilômetros da Capital.

Interrogatório - No júri de hoje, Jean foi questionado sobre o que teria motivado o assassinato e se tinha alguma rixa com as vítimas. Ele contou que era intimidado no Bairro Guanandi e chegou até a mudar para o Aero Rancho para evitar confusões.

No dia do crime, estava com o "amigo" Pretinho, quando alegou ter recebido uma ligação do pai. "Eles sempre me intimidavam, não entendia o motivo. Naquele dia, o Romário passou de moto intimidando meu pai com uma arma de fogo. Então a gente foi lá para conversar com o Romário, não tinha intenção de matar ninguém", disse.

Romário da Costa Trindade também morava na região. Jean alega que ao saber que o pai foi intimidado com uma arma, decidiu ir ao local conversar com Romário.  Ele estava acompanhado de Pretinho. O promotor do Ministério Público, Douglas Oldegardo dos Santos, questionou a suposta conversa. "A ideia era ir lá para conversar. Bela prosa! conversar com revólver?".

Segundo Jean, Romário sacou uma arma ao vê-lo chegando com Pretinho, quando houve os disparos. O comparsa estava logo a frente e em sua versão, foi Pretinho quem atirou contra as vítimas. Essa versão também é desmentida pelo Ministério Público. "Pretinho é o sujeito mais bom de tiro que existe na face da terra, ele acertou cinco de seis tiros", disse o promotor.

O MP ainda sustenta, com base em depoimento de testemunhas, que tudo começou com uma briga por pipa. "Rixa que começou um ano antes por causa de uma pipa, como dito por várias testemunhas. Esse problema foi evoluindo, foi crescendo", pondera Douglas.

Julgamento - O júri começou às 8 horas desta quarta-feira (30) e deve se estender até o final da tarde. As famílias das vítimas e do réu acompanham. “Espero que ele pegue uma pena de 50 anos, ele acabou com a vida de muita gente”, desabafou a tia Wanessa Aparecida. Mikael Vinicius deixou uma filha pequena.

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