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Capital

Buracos “invencíveis” são problema e desafio em asfalto que já tem 40 anos

Aline dos Santos | 23/05/2017 14:08
Buraco fechado em janeiro voltou em dobro na João Arinos. (Foto: Marcos Ermínio)
Buraco fechado em janeiro voltou em dobro na João Arinos. (Foto: Marcos Ermínio)
Na rua Traíra,Simone conta que remendo do asfalto começa a ceder após chuva forte. (Foto: Marcos Ermínio)
Na rua Traíra,Simone conta que remendo do asfalto começa a ceder após chuva forte. (Foto: Marcos Ermínio)

Eles vão sem deixar saudades, mas insistem em voltar para atormentar os condutores. A saga dos buracos invencíveis é contada pelas ruas de Campo Grande e testemunhada por quem vê o problema se resolver por curto período de tempo.

No bairro Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na região do Itamaracá, o tapa-buraco feito há três dias na rua Traíra começa a ceder nas laterais do diâmetro consertado.

Segundo a dona de casa Simone Teodoro de Oliveira, 34 anos, o cenário foi resultado da chuva forte do fim de semana. Ela conta que a enxurrada empoça. Ou seja, o remendo não resiste à enxurrada. “No bairro onde morava antes fizeram uma valeta para a água passar e seguir o caminho”, conta.

Com um curto trecho de asfalto cercado por ruas de terra combalidas pelo processo erosivo, a rua Traíra é linha do transporte coletivo. Na saída para Três Lagoas, os buracos foram fechados na avenida João Arinos, mas voltam a brotar nos mesmos trechos em questão de meses.

Na saída do bairro Cidade Jardim, no cruzamento que dá acesso a avenida para quem precisa seguir em direção ao bairro Maria Aparecida Pedrossian, os buracos se espalham pela faixa central, retardando a saída dos condutores que precisam imprimir velocidade para entrar no fluxo da via.

Mais à frente, ainda na João Arinos, sentido a Três Lagoas, um buraco, fechado em janeiro, voltou a abrir e, na versão atual, virou dois, exigindo que quem venha pela faixa da direita desvie de forma abrupta na curva que antecede o viaduto.

Na Cidade Jardim, a rua San Marino, pródiga em buracos, foi interditada em fevereiro para os consertos. Três meses depois, eles voltaram a se espalhar pela via. Outro ponto em que o asfalto sempre cede, apesar do tapa-buraco é na rua Dr Paulo Machado, antiga Furnas, próximo da esquina com a avenida Afonso Pena. Nesta terça-feira (dia 23), os recortes no asfalto mostra que será realizado mais um tapa-buracos no local.

Na rua Paulo Machado, recortes para mais um tapa-buraco. (Foto: Marcos Ermínio)
Na rua Paulo Machado, recortes para mais um tapa-buraco. (Foto: Marcos Ermínio)
Na rua San Marino Park, buraco brota em ponta do retângulo de tapa-buraco. (Foto: Marcos Ermínio)
Na rua San Marino Park, buraco brota em ponta do retângulo de tapa-buraco. (Foto: Marcos Ermínio)

De acordo com o titular da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Rudi Fiorese, caso o buraco reabra no exato ponto em que foi fechado, a empresa responsável é obrigada a refazer o serviço sem custos.

A garantia tem validade de um ano. Menos sorte tem o cofre público se a erosão for apenas perto do buraco já fechado, situação bastante comum, diante do asfalto “vencido”. Neste caso, não entra na garantia.

“Infelizmente, a vida útil do pavimento já se esgotou. Tampa, mas logo em seguida abre outro próximo àquele. O asfalto em volta do remendo é bastante deteriorado porque a vida útil se acabou. Se tivesse dinheiro, a alternativa seria o recapeamento. Mas não podemos largar o tapa-buraco sem fazer”, diz o secretário.

Ele explica que a vida útil do pavimento é de dez anos e o de Campo Grande já contabiliza quatro décadas. “E sem manutenção preventiva, como nova capa asfáltica e micro revestimento”, afirma Rudi.

Segundo o secretário, atualmente o recapeamento só se destina a Brilhante, Bandeirantes e Marechal Deodoro, por meio de parceria com o Exército. Na próxima semana, a prefeitura vai receber propostas na licitação que destina R$ 47 milhões para o tapa-buraco.

O serviço já consumiu R$ 7 milhões do convênio de R$ 20 milhões com o governo do Estado para intensificar o tapa-buraco. Campo Grande tem 2.800 quilômetros de vias pavimentadas.

João Arinos passou teve tapa-buraco em janeiro, mas problema voltou. (Foto: Marcos Ermínio)
João Arinos passou teve tapa-buraco em janeiro, mas problema voltou. (Foto: Marcos Ermínio)
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