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Capital

Campo Grande tem 1 milhão de cartões do SUS, diz secretário de Saúde

Com população estimada em 863.982 habitantes pelo IBGE, diferença aconteceria por pessoas do interior utilizarem dados de parentes da Capital

Richelieu de Carlo | 15/01/2017 17:20
Marquinhos Trad (camisa azul) esteve acompanhado do secretário de Saúde, Marcelo Vilela, e da adjunta da pasta, Andressa De Lucca. (Foto: Richelieu de Carlo)
Marquinhos Trad (camisa azul) esteve acompanhado do secretário de Saúde, Marcelo Vilela, e da adjunta da pasta, Andressa De Lucca. (Foto: Richelieu de Carlo)

Em visita surpresa à Santa Casa e ao Hospital Universitário, na manhã deste domingo (15), uma das situações que mais chamou a atenção do prefeito Marquinhos Trad (PSD) foi a quantidade de moradores do interior sendo atendidos nos hospitais da Capital. Em entrevista ao Campo Grande News, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Vilela, revelou que são 1,3 milhão de cartões cadastrados no SUS (Sistema Único de Saúde) em Campo Grande.

Com uma população estimada de 863.982 pessoas, em 2016, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa discrepância entre habitantes e cadastrados no SUS não gera mais repasses para a Capital. De acordo com Marcelo Vilela, os recursos são baseados nos números do IBGE.

“Só de cartão SUS aqui dentro de Campo Grande são 1 milhão e 300 mil, só que o dinheiro vem em cima do IBGE, não em cima do cartão SUS”, diz Vilela. Ele estava acompanhado de sua secretária adjunta, Andressa de Lucca Bento, que complementou: “A pessoa do interior vem, pega o comprovante de residência do parente e faz o cartão SUS, porque o Estado não está oferecendo o que deveria oferecer, e entendem que Campo Grande oferece”.

Prefeito cumprimenta um paciente em corredor da Santa Casa. (Foto: Richelieu de Carlo)
Prefeito cumprimenta um paciente em corredor da Santa Casa. (Foto: Richelieu de Carlo)

Uma das pessoas com quem Marquinhos conversou na Santa Casa, acabou expondo essa situação. Moradora do município de Caarapó, distante 283 km da Capital, uma administradora de 46 anos aguardava no corredor uma cirurgia para corrigir uma fratura no braço e o deslocamento no ombro. Ela revelou que está registrada no SUS como residente em Campo Grande.

“Eu morei aqui há alguns anos e minha mãe mora aqui, eu uso o endereço dela” diz a administradora. Ela sofreu um acidente de moto, na cidade onde mora, no dia 6 de janeiro. “Eu fui ao hospital e pediram para eu aguardar em casa para não correr risco de infecção. Esperei por cinco dias e, como não tive retorno, vim para Campo Grande na sexta-feira”.

Para Marquinhos, a única solução para este problema seria com investimentos das prefeituras do interior e do governo do Estado nesses municípios. “Se os prefeitos e o Estado investissem no interior desafogaria em 40% de imediato os hospitais de Campo Grande”, afirma o prefeito.

Essa situação dificulta estipular quantos pacientes vindos de outras cidades sul-mato-grossenses são atendidos pela Santa Casa. “Nós acreditamos que sejam 10%, mas é difícil conseguir uma estimativa, como vocês mesmo viram, muitos usam endereço de Campo Grande”, explicou o diretor técnico da Santa Casa, José Roberto de Souza, ao Campo Grande News.

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