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Meio Ambiente

Instituto Delta do Salobra confirma presença rara de jacaré-coroa no Pantanal

Espécie menor e de hábitos noturnos, preferindo os córregos sombreados da mata

Por Gabriela Couto | 08/04/2025 17:48
Instituto Delta do Salobra confirma presença rara de jacaré-coroa no Pantanal
Com a cabeça diferente do jacaré-do-pantanal e focinho alongado, espécie rara é registrada no Delta do Salobra (Foto: Brendha Arruda)

O Instituto Delta do Salobra (IDS) acaba de divulgar um registro raro: a presença do jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus) no Delta do Salobra, no Pantanal Sul, em Miranda.

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O Instituto Delta do Salobra (IDS) divulgou o registro da presença do jacaré-coroa (Paleosuchus trigonatus) no Delta do Salobra, região do Pantanal Sul, em Miranda (MS). Segundo Maurício Copetti, cineasta e fundador do IDS, a espécie já é conhecida na área há mais de uma década, mas nunca havia sido divulgada oficialmente. O jacaré-coroa, típico da Amazônia, é menor que o jacaré-do-pantanal e tem hábitos noturnos, preferindo córregos sombreados. A descoberta destaca a importância do Delta do Salobra, área de 25 mil hectares que funciona como ecótono - zona de transição entre Mata Atlântica e Pantanal, abrigando rica biodiversidade. A região enfrenta ameaças como expansão agrícola, uso de agrotóxicos e turismo predatório.

O cineasta e fundador do IDS, Maurício Copetti, explicou que o jacaré-coroa não é uma novidade na área. "Não é uma descoberta recente. Já sabemos da presença da espécie aqui há mais de 10 anos, mas nunca havíamos divulgado oficialmente. Não só eu, mas também os guias da pousada Refúgio da Ilha e outros pesquisadores do IDS já documentaram a espécie", disse Copetti.

O jacaré-coroa, que é mais comumente encontrado na Amazônia, possui características distintas, como seu focinho comprido e cauda curta. Ele é uma espécie menor e de hábitos noturnos, preferindo os córregos sombreados da mata, ao contrário do jacaré-do-pantanal, que ocupa áreas abertas e alagadas.

Instituto Delta do Salobra confirma presença rara de jacaré-coroa no Pantanal
Instituto Delta do Salobra mostrou a diferença entre as duas espécies (Foto: IDS)

A região do Delta do Salobra, onde o Instituto realiza suas pesquisas, é um ecótono – uma zona de transição entre os biomas da Mata Atlântica e do Pantanal. Essa característica torna o local ainda mais especial, pois serve de abrigo para diversas espécies de fauna e flora que dependem de ambientes distintos para sobreviver.

Copetti também ressaltou que a presença do jacaré-coroa no Delta do Salobra não deve ser vista como algo isolado, mas como parte de um ecossistema mais amplo. "O Salobra nasce no Parque Nacional da Serra da Bodoquena, que é uma área de Mata Atlântica preservada. Isso torna o Delta uma importante zona de transição entre os biomas", afirmou.

A divulgação do registro reforça a importância de se manter a preservação dessa área, que está sob constante ameaça devido à expansão agrícola, uso de agrotóxicos, e o turismo descomprometido com a conservação ambiental.

O Delta do Salobra, com uma área de aproximadamente 25.000 hectares, é uma região estratégica para a manutenção de uma rica biodiversidade, especialmente durante o período de cheias, quando mais de 80% de seus campos ficam inundados, criando um ambiente ideal para inúmeras espécies.

Instituto Delta do Salobra confirma presença rara de jacaré-coroa no Pantanal
Características do jacaré-coroa que o diferenciam do jacaré-do-pantanal (Foto: Maurício Copetti)

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