Dupla de MS se surpreende com público e quebra rótulo de “tapa-buraco”
João Marcos e José Ronaldo abriram show que deu pausa na carrreira dos sertanejos Jorge e Mateus, na Capital
O que a dupla João Marcos e Zé Ronaldo sentiu em cima do palco surpreendeu os músicos campo-grandenses. Com menos de cinco anos de carreira, eles abriram o show que colocou uma pausa na carreira dos sertanejos Jorge e Mateus na Expogrande. A reação do público espantou a banda por terem recebido o que muitos não têm: atenção. A apresentação quebrou a ideia de que a primeira banda é apenas um “tapa-buraco”, sem interação com o público.
Os músicos, junto do produtor Thalisson – que também toca na banda – receberam o Lado B para contar como foi a sensação e o que significa ser bem recebido quando ainda estão tentando ocupar um espaço maior no cenário musical.
José Ronaldo dos Santos dos Reis, de 24 anos, ressaltou que o show ficou marcado por ser dos sertanejos que eles admiram e se inspiram.
“Tivemos a honra disso e foi uma alegria. Pra gente, ver 15/20 mil pessoas na nossa frente, ainda mais interagindo, foi algo que nos deixou muito felizes. A gente não esperava, é meio que uma coisa que nem caiu a ficha. Falar com o público e eles reagirem é muito bom. A gente fica feliz, significa que alguma coisa boa está rolando”.
O contato com a música sempre esteve presente. O pai e alguns primos cantavam de forma amadora e ele observava na infância. A paixão também é do irmã, que canta e toca instrumentos. “Eu nasci nisso, tenho a música na minha veia. Eu canto desde que eu falo. Eu meio que falei cantando, foi natural.”
Antes de encarar a vocação como forma de ganhar dinheiro, ele chegou a ser laçador. A atividade ainda faz parte da vida de José nas horas vagas e é algo que ele cogitou ser na vida profissional.
“Deve fazer uns 6 ou 7 anos que comecei a me dedicar a música e foi aumentando a vontade e a garra para fazer. Foi dando certo devagar. Encontrei o João e estamos aí.”
João Marcos de Almeida Galitzki, também com 24 anos, conta que a família sempre tem influência no sonho. Ele também tem primos que viveram da música e se inspirou neles. Na casa, tudo sempre acabava em festa e em roda de viola.
“Eu sempre estava ali respirando música o tempo inteiro. Fui pegando gosto de tocar instrumento, sempre gostei muito de violão e, até a minha adolescência, me interessei mais pela parte instrumental. Depois comecei a ficar interessado pela segunda voz por conta da dupla Victor e Léo. Achei a voz do Victor diferente e quis aprender. Foi meio autodidata, nunca tive paciência para aula”.
João conheceu o amigo por pessoas em comum. Na época, ele já participava de outra dupla, que se desfez, e o José ainda laçava. Ele chegou a fazer faculdade de Zootecnia, mas não completou a graduação. Os dois estão juntos na música há menos de dois anos.
“A gente tinha um grupo de amigos e cantava junto nas fazendas. Um deles pediu para a gente cantar junto em um evento e, depois disso, falamos que poderia dar certo. Decidimos juntar a dupla. O Zé parou de laçar, eu gostava e ainda gosto disso também. A coisa foi andando e a gente sempre aprendendo coisas novas. A vida inteira foi música.”
Para eles, o estilo da dupla é natural, ou seja, não é forçado. Até o momento, os dois fizeram apenas uma música autoral, ‘Fiel à Ex’, lançada em 2024.
“Lançamos uma por ter pouco tempo e porque somos chatos para escolher música. A gente não quer gravar por gravar, gravamos porque a gente acredita que possa dar certo. Queremos gravar e que a pessoa escute e goste de primeira", completa José.
Apesar de serem novos no meio e lutarem por espaço, eles destacam os pontos bons e dizem sentir mais o impacto em relação ao lado financeiro, necessariamente sobre a falta de recursos para a liberação das músicas nas plataformas.
Thalisson de Góes Costa, de 37 anos, é produtor dos dois e trabalha com música há 23 anos. Ele ressalta que não quer pular etapas e deseja criar algo sólido ao lado de João e José.
“No começo até tocava mais, mas aí acabei virando produtor musical. Aconteceu de fazer um freelancer com eles e gostar. A gente começou a se conhecer e ver se batia com o meu jeito. A relação hoje extrapola os palcos, virou amizade". Além de produtor, ele toca sanfona para a dupla.
“Eu vivo o meu sonho. A gente não pode ficar só pensando no futuro, mas no agora também, e as coisas vão acontecendo. Foi natural. E com esse show mais ainda. Normalmente é mais decepcionante do que emocionante abrir o show de pessoas conhecidas. Às vezes o público vai para ver o outro artista e não te dá atenção. Isso ficou marcado. Ali me veio tudo o que a gente fez. Com experiência de 20 anos de música, não é comum acontecer.”
Para eles o objetivo é, além de fazer música, viver bem e deixar a família e os pais tranquilos financeiramente.
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