Novo roteiro turístico de MS destaca comunidades quilombolas e cultura negra

Redescobrir Mato Grosso do Sul por olhos que foram invisibilizados por muito tempo. Esse é um dos principais objetivos do Guia de Afroturismo, projeto que convida moradores e turistas a conhecer a história, cultura e herança negra do Estado.

Por trás do projeto está o jornalista Guilherme Soares Dias, fundador do Guia Negro, uma iniciativa que percorre o País com a missão de contar aquilo que nem sempre se acha nos livros. Campo-grandense que mora em São Paulo, ele retornou à terra natal com o propósito de mostrar que as atrações de Mato Grosso do Sul vão além das belezas do Pantanal. Aqui tem história e protagonismo negro!

“A gente está contando as histórias que a história não contou para a gente. Esse protagonismo negro, infelizmente, não é o que a gente aprende na escola, o que a gente vê a mídia utilizando, e nem mesmo o turismo tocando. Então, é uma oportunidade de ter essa história divulgada e propagada”, comenta Guilherme.

A produção do guia durou três meses e envolveu redatores e fotógrafos, sob consultoria do Guia Negro e produção da Fundação Estadual de Turismo e do Sebrae MS. De acordo com Guilherme, o trabalho partiu de algo que já existia, mas surpreendeu até quem já estava por dentro.

“Tinha muita coisa que a gente sabia que já existia e que a gente foi reunindo, mas também foi uma descoberta para nós da equipe. A gente começou com movimentos sociais, movimento negro,  afro-empreendedores, com comunidades quilombolas, jovens que têm coletivos, blocos afros. Então, foi reunido um pouco disso tudo para mostrar esse caldo cultural”, explica.

E o caldo ficou pronto. O material com 25 páginas, elaborado nas versões física e digital, mapeia comunidades quilombolas e aponta o que comer e conhecer, onde comprar e festar, e o que é preciso saber para se conectar à essência da narrativa do povo negro de Mato Grosso do Sul.

“Foi uma tentativa de não deixar ninguém de fora, nenhuma iniciativa importante. A gente sabe que é sempre muito difícil isso, então pensamos: tomara que a gente tenha muito mais coisas para mostrar no ano de 2026”, relata Guilherme.

Antes do guia, o projeto fez consultoria com oito comunidades quilombolas para prepará-las para o turismo. Essa construção, tem como objetivo transformar o turismo em ferramenta de memória, renda e pertencimento. “É um trabalho de formiguinha, mas, quando a gente vê ações como essa, tem noção que é algo que está se consolidando. É um caminho sem volta”, reforça Guilherme.

O Guia foi lançado nesta semana no WTM Latin America, uma das maiores feiras de turismo, realizada em São Paulo. Lá, Mato Grosso do Sul provou que, além de ser destino do ecológico, também tem turismo negro.

“Ter Mato Grosso do Sul pensando e priorizando o afroturismo é uma forma de atrair mais estrangeiros para o Estado e mostrar que estamos alinhados com esse discurso”, finaliza Guilherme.

Clique aqui e confira na íntegra o Guia de Afroturismo de Mato Grosso do Sul.

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