Caps que deveria ser inaugurado em 2021 até hoje não recebe dependentes químicos
Prefeitura tem 20 dias para responder qual é a data prevista para inauguração do Caps AD IV
Com a situação da dependência química se agravando em Campo Grande, aumentando, inclusive, o número de moradores de rua que sobrevivem sob efeito de drogas, o MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) cobra da prefeitura a instalação de um Caps Álcool e Drogas (Centro de Atenção Psicossocial), que deveria ter sido inaugurado há 2 anos, em 2021.
Há cerca de quatro anos, o MP abriu um inquérito para apurar a insuficiência dos Caps existentes para atender a demanda da saúde mental, porque as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centro Regional de Saúde) estavam rejeitando pacientes que não encontravam vagas nos Caps.
A 32ª Promotoria de Justiça expediu recomendação à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) para que transformasse um CRS em um Caps. Esse seria o segundo centro do tipo que acolhe pessoas com dependência de álcool e drogas e deveria ter 20 leitos. Conforme a promotoria, a Sesau se comprometeu a inaugurar o centro.
Como isso não aconteceu até agora, a promotora de justiça Daniella Costa da Silva determinou que fosse enviado ofício à prefeitura, solicitando que, no prazo de 20 dias, responda qual é a data prevista para inauguração do novo Caps AD IV, que deveria ficar na Avenida Manoel da Costa Lima, n. 3272, Bairro Guanandi. No local, funciona hoje o Caps Infantojuvenil.
A promotora quer saber também quais etapas ainda restam para a finalização do projeto arquitetônico e se a prefeitura já conseguiu obter o valor de R$ 1,2 milhão em emenda parlamentar do senador Nelsinho Trad (PSD).
O Conselho Municipal de Saúde elaborou um parecer, em dezembro de 2022, com proposta de reforma do prédio relatando que o recurso financeiro viria da emenda.
No fim da manhã, o Campo Grande News solicitou informações à prefeitura, mas ainda não obteve resposta. A assessoria do senador Nelsinho informou que não destinou emenda para essa finalidade até 2022 e desconhece a informação publicada em diário pelo MPMS sobre esse recurso.
Questionada sobre o assunto durante agenda pública na tarde desta quarta-feira (15), a prefeita Adriane Lopes (Patri) disse que existem 300 vagas para tratar dependentes de álcool e outras drogas em Campo Grande através de um projeto implementado desde 2018 "que vem dando certo e vem somar ao projetos dos Caps na rede municipal".
*Matéria atualizada às 16h40 para acréscimo de informações.