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Capital

Carpinteiro morreu ao proteger esposa e filhos de tiros no São Francisco

Renan Nucci | 15/02/2015 10:47
Capacete de assassino ficou caído sobre a grama ao lado da casa da vítima. (Foto: Alcides Neto)
Capacete de assassino ficou caído sobre a grama ao lado da casa da vítima. (Foto: Alcides Neto)

Artur Alves Ferreira, 54 anos, morreu ao proteger a família de disparos na noite de ontem (14), no Bairro São Francisco, em Campo Grande, após briga de bar. Ao notar a presença do autor, o carpinteiro se lançou à frente da mulher e dois filhos, sendo alvejado por três tiros. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu enquanto recebia atendimento na Santa Casa. O assassino, Jerry Adriano Alves, 32 anos, foi preso por uma equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

A atual esposa, Anastácia Florência Ferreira, 50 anos, é dona do Bar Amizade, onde tudo começou. Ela relatou que era por volta de 21h50 quando Jerry chegou de moto ao estabelecimento localizado na Rua Theodomiro Serra, onde avistou a ex-mulher conversando com supostos amigos. Motivado por ciúmes, ele iniciou uma confusão generalizada, ferindo algumas pessoas com uma garrafa quebrada e também sendo agredido.

Depois de apanhar, foi embora a pé. Anastácia logo fechou o bar e foi para a casa, praticamente no mesmo local, só que do outro lado da rua. Ela, Artur e dois dos três filhos do casal, de 29 e 25 anos, ficaram conversando na calçada, momento em que Jerry se aproximou em um GM Corsa conduzido por Oséias Santos. Sem hesitar, sacou arma de fogo e atirou contra o carpinteiro. “Quando Artur viu o homem armado, ele empurrou a gente para trás tentando nos proteger, e acabou baleado”, relata a Anastácia.

Revolta - Ainda abalada, a comerciante lembrou que o marido caiu ferido nos braços dos filhos. “É uma sensação de indignação imensa porque ele não tinha nada a ver com a história. Ele foi o primeiro que o assassino encontrou no caminho”, lamentou. O sobrinho Flávio Florêncio Arruda, 33 anos, mestre de obras, também demonstrou revolta. “Era uma boa pessoa. Um cidadão evangélico que não fazia mal a ninguém. Jamais havia se envolvido em qualquer tipo de confusão com a vizinhança”, comentou.

Artur era pai de 11 filhos, entre eles um policial militar, e estava aposentado por invalidez em decorrência de grave acidente de trabalho – queda de altura elevada provocou fratura no fêmur. A mulher administra o bar há cerca de um mês, e disse que neste curto período não teve problemas com frequentadores. “Recebo muitas pessoas da mesma família. Todos se conhecem aqui e, por isso, estamos assustados com o que aconteceu ontem”.

Prisão – Com passagens por violência doméstica, Jerry tentava reatar o relacionamento com a ex, Janaína Villalba. Ao vê-la com outras pessoas, ficou com ciúmes. Ele foi preso pelo Choque no Bairro Santo Atônio. Durante a abordagem, portava um revólver calibre 38. Jerry apontou que a casa de Oséias, quem lhe forneceu transporte de carro, ficava na Avenida Tamandaré. Lá havia uma garrucha calibre 22 e o Corsa.

Os dois comparsas foram levados para a delegacia, onde foram autuados em flagrante por envolvimento no homicídio. A esposa de Oséias alega que o marido não sabia do crime prestes a participar, e que só deu carona porque o amigo insitiu muito. A moto foi apreendida em frente ao bar.

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