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Capital

Casa do Artesão é alvo de furtos e comerciantes pedem mais segurança

O prédio foi revitalizado recentemente e reinaugurado no dia 19 de março

Bruna Marques e Mariely Barros | 09/06/2023 09:41
Casa do Artesão foi revitalizada recentemente (Foto: Henrique Kawaminami) 
Casa do Artesão foi revitalizada recentemente (Foto: Henrique Kawaminami)

A Casa do Artesão, localizada entre as avenidas Afonso Pena e Calógeras, no Centro de Campo Grande, teve a fiação subterrânea furtada novamente. A suspeita é de que os fios tenham sido levados por dependentes químicos que frequentam a região. Desde a reinauguração, no dia 19 de março, é a segunda vez que o local é furtado.

O prédio, recém-revitalizado é um dos cartões postais da capital e abriga uma diversidade de produtos do artesanato sul-mato-grossense. O último furto no local foi na madrugada de terça-feira (6).

De acordo com o boletim de ocorrência, o agente patrimonial ouviu um barulho e quando foi ver o que estava acontecendo, percebeu que o cabo de cobre da parte externa do prédio, usado no aterramento de para-raios, havia sido furtado.

Nesta semana, a reportagem foi até o local para conversar com comerciantes, que são os que mais sofrem com a onda de furtos na região. O gerente de uma loja de roupas e conserto de celulares, Malcoln Ruiz Sabino, 18 anos, revelou que ao lado da Casa do Artesão existem dois prédios desativados e que foram invadidos por dependentes químicos.

“Os prédios estavam fechados, eles entraram lá e tomaram conta, nessa época teve uma maior incidência de furto. No início do ano, eles arrombaram a porta e tentaram entrar pela segunda vez aqui na loja”, afirmou.

Há dois anos, o comércio já havia sido alvo de furto. Os bandidos entraram pelo forro do prédio e levaram aparelhos de clientes que seriam arrumados. Na época, Malcoln informou que o prejuízo foi de R$ 10 mil.

Bandidos furtaram fiação subterrânea da Casa do Artesão. (Foto: Mariely Barros)
Bandidos furtaram fiação subterrânea da Casa do Artesão. (Foto: Mariely Barros)

De acordo com o gerente, no local existe um movimento grande de dependentes químicos, alguns deles moram dentro do prédio desativados, ao lado da Casa do Artesão. “A segurança não está boa, além de tudo ainda tem o usuário da rodoviária velha. Aqui tem muito andarilho e eles roubam para usar droga”.

Os criminosos abordam até quem passa na rua. “Esses dias me contaram que um idoso foi roubado e levaram quase mil reais dele”.

Para Malcoln, a falta de segurança na região afeta o movimento do comércio. “Essa situação afasta quem vem para o Centro e o nosso movimento cai. Creio que se as pessoas se sentissem mais seguras, aumentaria o movimento do público na região central. Os clientes têm medo desse tipo de pessoa”.

Quem também lamenta a situação é o empresário Ahmad Samir, 31 anos. Dono de uma loja de semijoias, o comerciante conta que quando abriu o espaço há quase 6 meses, foi avisado do caos que é conviver com dependentes químicos da região.

“Quando abri aqui me avisaram dos furtos e dos problemas, aqui na loja nunca tive problema, mas os outros comerciantes e os clientes contam várias histórias de abordagens que sofrem aqui no Centro. Eles assediam as mulheres, roubam a fiação e também mercadoria.”

Samir é paulista e sabe como funcionam os grandes centros, para ele o problema com a criminalidade não é exclusivo da população campo-grandense.

Comerciante Ahmad Samir falou sobre a falta de segurança na região. (Foto: Mariely Barros) 
Comerciante Ahmad Samir falou sobre a falta de segurança na região. (Foto: Mariely Barros)

“Eu vim de São Paulo, lá não era diferente, temos que ficar atentos o tempo todo, mas é complicado para nós que às vezes perdemos clientes por conta da falta de segurança”.

Como forma de se proteger, o comerciante instalou câmeras de segurança dentro e fora da loja. “Agora, eu fico monitorando e depois das 18h, não deixo minha mulher e meu filho tocarem o negócio sozinhos, fico com medo”, disse.

Alvo constante – No dia 3 de abril, Angelo Miguel da Silva Marin, de 20 anos, e Izabel Avanci de Brito, de 37 anos, foram presos após furtar a fiação da Casa do Artesão.

Conforme apurado pela reportagem, na época, a Polícia Militar foi acionada pela agente patrimonial que fazia a segurança no prédio. Ela disse que um casal havia furtado os fios e com as imagens de câmeras de segurança em mãos passou as características dos suspeitos a equipe policial.

Em rondas pela região, o casal foi localizado na Rua Barão do Rio Branco com a Orla Ferroviária com aproximadamente 3 quilos de fio de cobre, que pertence ao aterramento da Casa do Artesão. A agente patrimonial reconheceu os dois como autores do furto.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar para saber se alguma providência será tomada para aumentar a segurança na região e aguarda retorno.

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