Chuva derruba muros, inunda casas e moradores amargam prejuízos
Em duas horas, muros caíram, casas foram inundadas e bens materiais perdidos com o grande volume de chuva que atingiu o bairro Monte Castelo. Segundo os técnicos da Prefeitura de Campo Grande, choveu 52 milímetros na região.
As casas mais atingidas estão localizadas na rua do Livramentos cruzamento com a Pelotas e a cena é de moradores limpando o barro e retirando a água de dentro das casas.
A força da água foi tão forte, que o portão de ferro da casa da corretora de seguros, Mônica Tomas, 45, entortou. Os carros que estavam dentro da garagem foram afetados, além de toda a casa que foi inundada. "Tudo aconteceu muito rápido, a água subiu mais de um metro e não deu tempo de salvar nada. Perdi muita coisa, eletrônicos, TV, além do que ficou encharcado", comenta.
Mônica mora com as duas filhas e o pai que é aposentado, Otacílio Ferreira de 83 anos. Ele contou que estava dormindo no momento em que a casa foi invadida pela água. "Eu estava deitado e a porta do quarto abriu com a força da água. Levantei assustado, com a água batendo no joelho e fui para a rua, enfrentando a enxurrada", relembra.
Conforme uma das vizinhas que preferiu não se identificar, em 2011 aconteceu a mesma coisa, só que a devastação foi maior. "Moro aqui há oito anos e com a experiência que eu vive há quatro, resolvi fazer uma obra de captação de água, porém a água não entrou dentro da minha casa, mas invadiu a varanda", informa.
Os vizinhos se reuniram e entraram com um processo contra a prefeitura da Capital, pois as reclamações que sempre foram feitas, nunca resolveram a situação. Todas as casas da rua têm Habite-se e alvará da prefeitura, e conforme os vizinhos o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbana) é em média R$ 3 mil.
A comerciante Eloíde F. Miranda, 53, mora há 10 anos no Monte Castelo e conta que esta é a quarta vez que a chuva inunda a sua casa. Um pedaço do muro de arrimo caiu e a água invadiu a casa, molhando a cozinha, sala e varandas. "Dessa vez ainda não foi tão prejudicial quanto há quatro anos, o muro do lado caiu todo e eu fiquei ilhada. Estou cansada dessa situação, pois a gente paga nossos impostos corretamente e amargamos prejuízos toda vez que chove", enfatiza.
Já na rua do Rosário, paralela a rua do Livramentos, a casa dos pais do economista Vandir Castro Rosa, 51 também foi inundada pela chuva. A força da água foi tanta, que o muro que faz divisa com uma outra casa, caiu pela segunda vez, deixando amostra o banheiro do vizinho.
Vandir conta indignado que já reclamou no Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul) e até hoje não foram vistoriar a casa. "Há quatro anos, quando a casa dos meus pais inundou e o muro de trás caiu pela primeira vez, eu fui reclamar, falaram que viriam fazer vistoria e até hoje nada. E agora acontece isso", relata.
Os pais do economista são idosos e moram com uma empregada. "Imagina para eles serem surpreendidos com essa invasão, inundou tudo, isso é revoltante", conta.