Chuvarada carrega sujeira para a Lagoa Itatiaia e danifica asfalto pela cidade
As constantes chuvas desta semana têm atrapalhado o cotidiano dos campo-grandenses e não é pelo fator climático, mas pelo estrago que faz por onde passa. A demora na manutenção e conservação dos espaços públicos tem castigado a população.
Mesmo sem grande intensidade, como as do dia 15 do mês passado, que chegaram com fortes ventos, as chuvas mais recentes se destacam em volume e por problemas que já espalham pela cidade, como a sujeira registrada na Lagoa Itatiaia, Bairro Jardim Itatiaia, região leste de Campo Grande.
Na pista de caminhada ao redor da lagoa, em alguns trechos, como na Rua Antônio Marquês, é preciso fazer malabarismo para desviar do barro levado pela enxurrada e que encobre o percurso.
Para o músico João Leonardo Maquanhão, 35 anos, “a situação está crítica”, pois são serviços simples, como limpeza e iluminação, mas que o poder público não dá a devida atenção. “Esses dias mesmo tinha um ‘senhorzinho’ tirando mato com as próprias mãos aqui”, relata.
E a situação não se resume à Lagoa, ao seu redor as ruas sem pavimentação asfáltica se transformam em rios e praticamente impossíveis de transitar, como a Amélia R. de Souza. Moradora do local desde 2007, Zilça Rocha, de 47 anos, garante que toda vez que chove a rua alaga.
“E olha que já foi pior, em algumas situações chegávamos a encontrar peixes e até cobras e eram trazidos pela enxurrada”, disse a enfermeira. A preocupação, agora, é com a mãe, Maria de 73 anos e a sogra, Beatriz, de 82. “Não têm condições de pessoas com idade como as delas, principalmente minha sogra que já caiu várias vezes por causa da lama”.
Lama e Buracos – A Avenida Gabriel Spipe Calarge, no Bairro Alto da Boa Vista, região sul da cidade, é um dos pontos mais críticos. Além do barro e entulho que ficam espalhados na pista, os buracos têm tomado conta da via em pontos de maior fluxo.
De acordo com Vanilce Oliveira, 57 anos, desde quarta-feira (17), a sujeira que desceu pela Rua Ari Matos, arrastando lixo pelo caminho e está impedindo parcialmente o trânsito no local. Motoristas são obrigados a reduzir a velocidade para evitar acidentes.
“Toda vez que chove é essa situação. Temos um problema que é de jogarem lixo ali [Ari Matoso] e quando chove, traz tudo para baixo. Já lutamos para ter redutor de velocidade e agora, estamos com esta questão da terra que desce. Já colocaram cascalho mais de duas vezes, mas não resolve – a chuva arrasta tudo. O ideal seria ter asfalto mesmo, pois está muito perigoso. Ontem mesmo, um senhor passou em cima de uma pedra que furou o pneu do carro, ele perdeu o controle e quase bateu”.
Um pouco mais à frente, no cruzamento com a Rua Manoel Vieira de Souza, um buraco oferece risco aos motoristas e é sinalizado, além de galhos de árvore, pela ação voluntária de um comerciante, que utiliza o próprio cone para alertar os condutores sobre o perigo.
“Faz mais ou menos uns 15 dias que esse buraco está assim e só aumenta. Já liguei três vezes para a secretaria, mas não resolvem. Também é o terceiro cone que coloco, pois os outros dois foram danificados pelos carros que passaram por cima”, informou Alex Burema, 43 anos.
A 500 metros adiante, outro buraco, dessa vez, na interseção com a Rua da Doçura, no Bairro Parati. “Há uma semana, o pessoal da prefeitura veio aqui e arrumou, daí veio a chuva e abriu novamente. Aqui precisa de sinalização, porque é muito movimentado, mesmo sem esse buraco sempre acontece incidentes”, disse a vendedora Gabriela Beirigo, 21 anos, que trabalha na esquina problemática.
Nos bairros Piratininga e Jockey Club é um festival de buracos abertos pela chuva. Eles estão presentes em quase toda a extensão da Manoel Vieira de Souza, além de boa parte na Rua Beneditino.
Já na região mais central da cidade, o descaso fica por conta dos galhos de árvores aguardando por remoção na Rua Cayova e para o ‘arrombo’ no asfalto na Antônio Corrêa, próximo à Fernando Corrêa da Costa.
O que diz o secretário – De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese, para o trecho com lama na Avenida Gabriel Spipe Calarge “já foi feita a limpeza do local”.
Para o buraco da Rua da Doçura, “será necessário escavar para saber se é um solapamento, [termo usado quando há infiltração embaixo da pavimentação], pois pode ser algum problema de drenagem ou na tubulação. Uma equipe já foi deslocada para o local”. Porém, o prazo para realização do serviço não foi estipulado. Na Lagoa Itatiaia, “os trabalhos foram iniciados hoje pela manhã”.
Já as ações de tapa-buraco "começamos hoje de manhã pela Duque de Caxias, na região da Base Aérea; Para os bairros Jockey Club e Piratininga, por exemplo, "receberão as equipes na segunda-feira (22), isso se não estiver chovendo, porque não tem como trabalhar com chuva”, finalizou Fiorese.
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