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Cirurgia que pode salvar Edemar, o "indiozinho", custa R$ 20,7 mil

Natalia Yahn | 22/01/2016 12:53
Edemar tem 4 anos e vive no hospital desde 2014. Ele aguarda uma cirurgia no coração. (Foto: Marcos Ermínio)
Edemar tem 4 anos e vive no hospital desde 2014. Ele aguarda uma cirurgia no coração. (Foto: Marcos Ermínio)

A cirurgia cardíaca que o menino indígena Edemar Gonçalves da Silva, 4 anos, precisa ser submetido tem custo total de R$ 20.760,00 (vinte mil setecentos e sessenta reais).

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informou que o valor inclui o procedimento pré-operatório, material, cirurgia e os honorários médicos.

Ele deverá ser submetido ao procedimento na próxima semana. O prazo foi estipulado pela SES após divulgação do caso de Edemar ontem (21) pelo Campo Grande News, antes disso não havia previsão para que a cirurgia fosse realizada.

Edemar vive no hospital desde dezembro de 2014. Antes de ser internado na Santa Casa, em outubro de 2015, ele ficou 10 meses no HU (Hospital Universitário) de Dourados, a 230 quilômetros da Capital. Ele chegou ao local levado pela irmã que o acompanha, Jaqueline Lopes, 23 anos, e com pneumonia.

O menino tem um grave problema no coração, conhecido como anomalia de Ebstein. Ele nasceu com a doença rara que provoca insuficiência cardíaca por conta de uma má formação.

A doença não impede que ele viva fora do hospital, ele poderia aguardar a cirurgia em casa. Porém, a “internação social” na Santa Casa é o único meio encontrado para garantir que ele receba o tratamento necessário.

“Ele corre risco de morte. É preciso manter ele no hospital pela questão cultural, pois como é indígena, pode não voltar para o tratamento. Antes de fazer a cirurgia cardíaca ele precisa passar por um procedimento. Ambos são cobertos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), mas que não fornece todos os materiais. Solicitamos judicialmente e estamos aguardando”, afirmou a cardiopediatra que atende o menino, Cláudia Piovesan Farias.

Ele recebeu o diagnóstico da doença também na Santa Casa de Campo Grande. Na época os pais foram informados sobre a gravidade do caso, mas não permitiram que o filho fosse submetido aos procedimentos que poderiam salvar sua vida.

“O hospital chegou a receber todo o material necessário para o procedimento e a cirurgia, que foi devolvido porque a família não autorizou. E agora estamos aguardando os mesmos itens, tudo de novo”, disse a médica.

Enquanto isso as autoridades de saúde e de proteção ao índio fazem um jogo de empurra em relação à responsabilidade e solução do caso.

A coordenação regional da Funai (Fundação Nacional do Índio), em Campo Grande, foi procurada para falar do caso, mas não sabia da situação. Informou ser responsabilidade da Funasa (Fundação Nacional deSaúde) e da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) o atendimento na área de saúde para os indígenas de Mato Grosso do Sul. Mas até agora nenhum órgão ou representante soube dar explicações sobre o caso.

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