Clínica de Siufi não notificou mortes e pode ser suspensa, diz Santa Casa
O Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul, que tem entre os sócios o ex-presidente do Hospital do Câncer, Adalberto Siufi, não notificou a Santa Casa das três mortes após a quimioterapia e pode ter o contrato suspenso. A informação é do presidente da Santa Casa, Wilson Teslenco, que confirmou a informação do Campo Grande News de que o serviço era terceirizado.
Em coletiva hoje à tarde, ele destacou que quatro pacientes com câncer tiveram reação ao medicamento e três morreram. No entanto, a clínica não notificou o hospital das mortes. A instituição tomou conhecimento das mortes quatro dias depois da última e após ser avisada pela imprensa, além de família de uma das vítimas ter procurado a Ouvidoria do hospital.
O caso é investigado por uma Comissão de Óbito ampliado, que conta com representantes da Santa Casa, da Vigilância Sanitária Estadual e das secretarias municipal e estadual de Saúde. O objetivo é saber qual a causa das mortes.
Segundo a presidente da Comissão de Controle de Infectologia da Santa Casa, Priscila Alexandrino, 41 pessoas foram tratadas com o medicamento cinco fluoracil (5-FU), usado no combate ao câncer do intestino, e com o lelcovorin (ácido folínico, que potencializa os efeitos do primeiro). Desses, quatro apresentaram reações alérgicas e três morreram.
No entanto, a clínica, que tem Siufi, afastado do Hospital do Câncer após a Operação Sangue Frio da Polícia Federal, como um dos donos, não comunicou o hospital das mortes e reações alérgicas. Após ser notificado das reações, a Santa Casa suspendeu a utilização dos lotes do 5FU.
Teslenco afirmou que poderá suspender o convênio com o Centro de Oncologia e Hematologia de Mato Grosso do Sul. Além de Adalberto Siufi, a clínica tem como sócios Arlete Delfina Marques Maia, Eva Glória Abrão Siufi do Amaral e José Maria Nossa Ascenço.
Histórico - Não é a primeira denúncia contra o médico Adalberto Siufi, que foi afastado do comando do Hospital do Câncer após ser acusado de superfaturamento, direcionamento nas licitações e pagamento de tratamento de pacientes que já morreram, entre outras irregularidades.