Com campanha "Maio Amarelo", mortes no trânsito caem 33,3%
No mês de campanha mundial, batizada de “Maio Amarelo”, as mortes no trânsito de Campo Grande reduziram 33,3%, segundo aponta levantamento da Agetran (Agência Municipal de Trânsito). No mesmo período do ano passado, 12 pessoas foram a óbito contra oito, em maio de 2014.
Na tentativa de sensibilizar motoristas, 39 entidades se uniram, no mês passado, e “pintaram a Capital de amarelo” para combater mortes no trânsito. A mobilização levou artistas aos terminais de ônibus, blitz aos pontos com mais acidentes, adesivos e faixas apelativas em cruzamentos perigosos, carreatas e ações no centro e bairros da cidade.
Já nos cinco primeiros meses de 2014, o trânsito fez o mesmo número de vítimas fatais, em comparação ao mesmo período do ano passado. No total, foram registradas 44 mortes, em Campo Grande.
O que chama a atenção é que, apesar de serem os principais alvos das campanhas educativas, os motociclistas continuam no topo da lista das vítimas. De janeiro a maio de 2013, o trânsito matou 19 contra 28, no mesmo período deste ano, um aumento de 47,3%.
“É grande o potencial de vítima grave e fatal entre os motociclistas”, frisou Ivanise Rotta, chefe da divisão da Agetran. Entre as vítimas deste ano, está o jovem Rafael Caldeira, de 22 anos. Ele morreu dia 18 de abril, após colidir a moto em uma árvore por volta das 5h da manhã, na Rua do Rosário com a Doutor Meireles, no bairro Monte Castelo, em Campo Grande.
O caso se enquadra na maioria dos acidentes fatais. “A grande parte ocorre fora do horário do rush, acontece nas madrugadas, quando o motorista se sente livre para correr, se sente no controle da situação”, analisou Ivanise. “Infelizmente, a sociedade ainda não compreendeu que não é seguro desrespeitar a velocidade permitida”, completou.
De olho em reforçar o cumprimento das regras de trânsito, ela citou que, em caso de acidente a 50 km/h, as chances de vida são bem maiores. “Já a 60 km/h o óbito é quase inevitável”, frisou, com base em dados nacionais. “Com velocidade menor, é possível desviar e o tempo de frenagem é maior”, acrescentou.
Outro item de risco, segundo Ivanise, é a associação de bebida e direção. “O condutor perde consideravelmente os sentidos, os reflexos”, explicou. Também preocupa a Agetran o alto índice de motociclistas sem habilitação. “Do ponto de vista público, vamos aumentar a fiscalização e é importante a conscientização da sociedade”, emendou.