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Capital

Com câncer, Edylaine faz vaquinha virtual para "recomeçar"

Confeiteira e estudante de Radiologia, jovem se viu sem renda para manter família após diagnóstico

Cleber Gellio | 28/10/2022 10:01
De Corumbá para Campo Grande, Edylaine sabe bem o que é recomeçar (Foto: Direto das Ruas)
De Corumbá para Campo Grande, Edylaine sabe bem o que é recomeçar (Foto: Direto das Ruas)

Sabe quando as coisas não estão dando certo e precisamos de novos ares para ver se melhora? Foi o que fez Edylaine Mathilde da Silva, 35, quando o marido, Kleber, perdeu o emprego que tinha em Corumbá, a 400 km de Campo Grande, e se mudou com a família para tentar a vida na Capital.

“Decidi vir para cá porque lá não tivemos oportunidade de estudo, além de ser mais difícil de se colocar no mercado de trabalho. Quando ele [marido] ficou desempregado, nos vimos sem recurso e sem perspectivas. Daí viemos tentar uma nova vida aqui. Foi um recomeço”, relembra.

Não demorou muito e as coisas começaram a endireitar. O parceiro arrumou trabalho, a filha Lavinia, com 4 anos à época, já tinha onde estudar e ela própria começava a planejar a nova vida na Cidade Morena. “Começamos a vida do zero aqui. Ele arranjou trabalho como garçom, minha filha estava na escola e eu fazia bolos para vender”, comenta a confeiteira.

Com o passar do tempo, eles se adaptaram bem à rotina da nova cidade, que os proporcionava maior qualidade de vida. Sem pensar em retornar à Cidade Branca, o casal se estruturava com as economias que juntavam. Com intuito de trabalho mais estável, Edylaine se matriculou em um cursinho preparatório e mantinha uma rotina de estudos. Até que pouco tempo depois recebeu a notícia de que estava grávida de seu segundo filho, Bernardo. “Tive que dar um tempo nos estudos e começar tudo de novo”.

Desta vez, a confeiteira ingressou no curso Técnico em Radiologia em uma faculdade particular, na qual arcava com os custos de seus rendimentos como autônoma. “Eu estava indo muito bem, mesmo sendo bastante puxado. Às vezes virava a noite estudando”.

Quando tudo parecia estar se encaixando, mais uma vez, seu corpo dava sinais de que algo estava diferente e sua vida ‘parou’ novamente. Agora a preocupação era outra: o diagnóstico de câncer. “Foi um susto. Agora tenho um novo recomeço, desta vez na luta com o câncer de vesícula”.

Mesmo com o tratamento em andamento, a acadêmica teimou em prosseguir com os estudos, no entanto, teve de ser internada para tratar da saúde. “Quando fui internada começaram as minhas provas para o segundo semestre, justamente quando fiz a cirurgia para biópsia. Não teve jeito, tive de parar de trabalhar e trancar a faculdade”.

Edylaine com o marido e filhos (Foto: Direto Das Ruas)
Edylaine com o marido e filhos (Foto: Direto Das Ruas)

Dificuldade – Segundo Edylaine, há mais de três meses vem tentando benefício, por meio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), mas ainda não teve resposta. “Já estive lá e me deram um prazo de um mês e assim foi por três vezes. Não consegui ter acesso a direito nenhum”, relata.

Apenas com a atual renda do marido para manter o sustento da família, que trabalha como moto-entregador, Edylaine tem contado com ajuda de amigos para outras despesas, como medicamentos e exames.

“No momento tenho tido muitos gastos com medicação e exames. Sempre que vou fazer quimioterapia tenho que fazer tomografia e pelo SUS não está fazendo no momento. Por isso temos que pagar”.

Com o quadro clínico mais delicado, sua alimentação também tem que ser balanceada com introdução de frutas, por exemplo, o que torna ainda mais "pesado" para o casal.

Como ajudar? Como alternativa, ela tem recorrido à rifas e vaquinha on-line. Além do trabalho voluntário de amigos que se mobilizam em prol de seu tratamento. “Muita gente tem me ajudado divulgando e também doando itens para eu rifar e levantar fundos para arcar com os remédios, que não são baratos”, comentou Edylaine.

Como o consultor comercial, Rinthie Soares Scholze, 34 anos, que a conheceu durante as aulas no cursinho.  “Nossa amizade vem desde 2018. É uma pessoa muito simpática, feliz e sempre muito educada. Vai dar tudo certo, se deus quiser”, disse ele, em entrevista ao Campo Grande News.

Edylaine durante primeiros dias de tratamento contra câncer (Foto: Direto das Ruas)
Edylaine durante primeiros dias de tratamento contra câncer (Foto: Direto das Ruas)

A vaquinha – Confira o texto na íntegra sobre seu pedido de ajuda.

“Meus queridos amigos, venho comunicar que recentemente fui diagnosticada com câncer e minha vida mudou da noite para o dia. Todos sabem que sempre trabalhei, sou muito esforçada gosto de ser independente e tem coisas que jamais esperamos acontecer na vida da gente, nunca estamos preparados para certas mudanças que em algumas situações nos tornam dependente de tudo, mas ainda assim o que não pode faltar na vida da gente é a fé, e principalmente a humildade. Nesse momento através desse site resolvi fazer essa vaquinha para me ajudar no custeio com medicamentos, deslocamento ao hospital para as quimioterapias entre outras despesas. Conto com sua colaboração, lembrando que toda ajuda de qualquer forma será bem-vinda, obrigado e Deus abençoe a todos nós!!!"

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