Com dinheiro em caixa, prefeitura mantém videomonitoramento no papel
Qualificado por empresários campo-grandenses como o projeto que “mudaria a cara da cidade”, além de trazer mais segurança e novos hábitos à população, o videomonitoramento segue parado, mesmo com R$ 2 milhões em recursos liberados pelo Ministério da Justiça e que, exatamente há um ano e um mês, estariam na conta da Prefeitura Municipal.
“Desde o dia 11 de janeiro de 2013 o dinheiro foi liberado para a aquisição das 22 câmeras, que seriam instaladas na região central. E em todas as reuniões do Conselho Comunitário de Segurança discutimos o assunto, sem entender porque tamanha falta de comprometimento”, afirma o presidente do Conselho Comunitário de Segurança da Região Central, Adelaido Luiz Vila.
Com o videomonitoramento, segundo o presidente, é garantida a redução de crimes em 70%. “O aparato policial que fica no centro poderia ser deslocado para outras regiões. Porém os militares ficam comprometidos para cuidar de flanelinhas, pichadores e ladrões que rondam os comércios. Entre outras, ainda teríamos melhorias nos hábitos culturais, já que o comportamento dos transeuntes e motoristas muda quando eles estão sendo vigiados 24h”, avalia o presidente.
Recentemente, em duas reuniões com o prefeito da Capital, Alcides Bernal (PP), o presidente diz que ele garantiu dar andamento às licitações. “No início, ele culpava o Tribunal de contas do Estado, então fomos lá e explicamos que, como a verba é federal, não tinha o porquê de eles interferirem no recurso, sendo ele devolvido para a prefeitura no ano passado”, comenta o presidente.
Além da agilidade com as licitações, o presidente ressalta que o local escolhido para ser a central das câmeras, na antiga Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), em frente ao Horto Florestal, está “completamente abandonado”.
“Este projeto demonstra a maior falta de respeito com o cidadão, já que não se trata somente de um processo licitatório atrasado, mas o desrespeito com pessoas que pagam os seus impostos e querem melhorias na cidade. Enquanto isso, a região central permanece com 300 mil pessoas transitando sem segurança”, argumenta o presidente.
Zumbis – Outro problema identificado seria um grupo de usuário de drogas sendo usado por traficantes. “Temos em média 30 jovens que vendem três entorpecentes em troca de um, para uso próprio. Eles se tornaram verdadeiros zumbis no centro de Campo Grande e tenho certeza que os traficantes poderiam ser identificados com as câmeras”, comenta o presidente.
Prevenção e repressão – Para o delegado Wellington de Oliveira, titular da 1ª Delegacia de Polícia e que atua na região central, o que está ocorrendo é um desserviço sem tamanho com os campo-grandenses.
“As câmeras podem antecipar o comportamento dos transeuntes, marginais e motoristas. Além disso, é uma ferramenta que auxilia na prevenção e repressão, então a população que paga os impostos fica prejudicada com a violência e a criminalidade”, finaliza o delegado.