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Política

Com inquérito em sigilo, defesa de vereador tenta entender motivo de prisão

O parlamentar Claudinho Serra (PSDB) foi conduzido e está detido na Depac Cepol

Por Bruna Marques e Antonio Bispo | 03/04/2024 09:36
Advogado Jeferson Borges durante entrevista em frente à Depac Cepol (Foto: Henrique Kawaminami)
Advogado Jeferson Borges durante entrevista em frente à Depac Cepol (Foto: Henrique Kawaminami)

Sem ter acesso ao inquérito que corre em segredo de justiça, o advogado do vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), preso na manhã desta quarta-feira (3) durante a Operação Tromper, deflagrada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), tenta entender o motivo da prisão do parlamentar.

Em frente à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, local para onde o vereador foi conduzido, após ser alvo de mandado de prisão preventiva, na casa onde mora, no residencial Damha, o advogado Jeferson Borges afirmou não saber as circunstâncias do processo. “Não tive acesso aos autos porque estão em segredo de justiça. Não sei qual o objeto da operação, então não tenho nada para passar no momento”, disse.

A investigação apura corrupção na Prefeitura de Sidrolândia, cidade onde Claudinho atuou como secretário Municipal de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica até maio de 2023, quando então assumiu como vereador em Campo Grande. Além disso, ele é genro da prefeita Vanda Camilo (PP). A reportagem ligou para a gestora, que informou não ter conhecimento de qualquer operação na cidade.

Claudinho assumiu, inicialmente, uma das cadeiras da Câmara Municipal de Campo Grande no dia 23 de maio do ano passado. Ele era suplente do parlamentar professor João Rocha (PP), que se licenciou do cargo de vereador para assumir a secretaria de Governo da Prefeitura da Capital. Com a volta de Rocha para Câmara, Rocha assumiu em março deste ano a vaga de Ademir Santana, que saiu para atuar na campanha eleitoral da legenda.

Viatura do Bope, em apoio na operação chegando na Depac Cepol (Foto: Henrique Kawaminami)
Viatura do Bope, em apoio na operação chegando na Depac Cepol (Foto: Henrique Kawaminami)

Esta é a 3ª fase da Operação Tromper, que cumpre 8 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão, e já averiguou irregularidades em contratos que somam R$ 15 milhões. "(...) ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais", diz trecho de nota do MPMS.

Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.

Mandados - Por enquanto, a reportagem confirmou a prisão de um homem identificado como Milton Matos e de Ueverton da Silva Macedo, o "Frescura", apontado como líder do esquema que desencadeou a Operação Tromper.

Além da casa do vereador Claudinho, policiais do Batalhão de Choque - que dá apoio à operação - e do Gaeco cumprem mandados em endereços de Sidrolândia.

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