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Capital

Com lei, motorista de aplicativo terá mais tempo para se adequar a regras

Exigências devem entrar em vigor nesta quinta-feira (30), mas prazo pode ser ampliado para abril

Jones Mário | 28/01/2020 11:49
Lei exige exame toxicológico, curso e adesivo para motoristas de aplicativo (Foto: Fernanda Palheta)
Lei exige exame toxicológico, curso e adesivo para motoristas de aplicativo (Foto: Fernanda Palheta)

O prefeito Marquinhos Trad (PSD) confirmou que vai prorrogar o início da vigência da lei 6.294/2019, que impõe novas exigências à empresas e motoristas de aplicativo em Campo Grande. A norma prevê que as novas regras - como obrigatoriedade de exame toxicológico, curso de condução segura e adesivo no carro - comecem a valer na próxima quinta-feira (30).

“Uma coisa é certa. Ela está prorrogada. Nós só vamos formalizar”, disse o prefeito ao Campo Grande News na manhã desta terça-feira (28). Segundo ele, o início da vigência da lei será prorrogado “em até 90 dias”.

A dilação do prazo para que empresas e motoristas estejam adequados à legislação deve ser feita por lei.

Em entrevista recente, Trad confirmou que mandaria projeto à Câmara dos Vereadores para formalizar a prorrogação. A Casa de Leis volta de recesso parlamentar na próxima semana.

O prefeito se reuniu com motoristas de aplicativo no último dia 14, após carreata em protesto a dispositivos da lei. No dia seguinte, baixou decreto que suspendia os efeitos da norma por 90 dias.

Porém, como decidiu inúmeras vezes o STF (Supremo Tribunal Federal), decreto não pode anular a eficácia de ato normativo superior. A publicação suspendia os efeitos da lei que regulamentou o transporte por aplicativo por três meses a partir daquela data, dia 15 de janeiro com vencimento, portanto em 15 de abril. Mas, passada uma semana, Trad editou novo decreto para tornar sem efeito o anterior.

Com a correção do erro formal, motoristas deve ter ainda mais prazo para se adequar. Se a prorrogação for de 90 dias, as regras passarão a ser cobradas a partir de 30 de abril. 

Categoria protestou no último dia 14 contra dispositivos da lei municipal (Foto: Marcos Maluf)
Categoria protestou no último dia 14 contra dispositivos da lei municipal (Foto: Marcos Maluf)

Questionamentos - Aprovada em setembro e publicada em outubro do ano passado, a lei que regulamenta a prestação do serviço de transporte individual privado de passageiros fixa série de exigências antes ignoradas.

Motoristas são contrários à parte delas, como ter exame toxicológico negativo para entorpecentes, curso de formação em condução segura e dirigir veículo de no máximo oito anos de uso. A classe defende que existem dispositivos inconstitucionais.

Presidente da Applic-MS (Associação de Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motorista Autônomo de Mato Grosso do Sul), Paulo Pinheiro alega que os motoristas só vão se regularizar quando houver mudanças definitivas na lei municipal.

O representante da categoria espera que as alterações na legislação sejam feitas dentro dos 90 dias de prorrogação do início da vigência.

Modelo de cartão ou adesivo de identificação exigido em portaria da Agetran (Foto: Reprodução)
Modelo de cartão ou adesivo de identificação exigido em portaria da Agetran (Foto: Reprodução)

Adesivo - Portaria da Agetran publicada em dezembro passado prevê uso de cartão ou adesivo de identificação nos veículos de transporte individual privado, no qual devem estar descritos nome e CPF do motorista, além de marca, modelo e placa do carro.

O cartão deve ser emitido pela empresa, após o motorista apresentar toda a documentação exigida pela lei.

Advogado da Urban, aplicativo de transporte em operação na Capital, Erickson Carlos Lagoin assegura que a empresa está apta a emitir o adesivo, porém, são raros os motoristas regularizados.

Lagoin engrossa coro da Applic-MS pelas mudanças na legislação e pede que a dilação no prazo de vigência da norma seja formalizado pela prefeitura ou Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), a fim de evitar regularização em vão de motoristas.

A reportagem procurou o diretor-presidente da Agetran, Janine de Lima Bruno, que não atendeu ou retornou as ligações, tampouco respondeu mensagens.

As assessorias de imprensa de Uber e 99 também foram acionadas e não responderam as perguntas da reportagem.

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