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Capital

Com liminar da Justiça, população põe lixo nas ruas e se frusta sem coleta

Alan Diógenes | 16/09/2015 17:27
Funcionários de restaurante retiram água de lixo cheia de larvas na calçada. (Foto: Marcos Ermínio)
Funcionários de restaurante retiram água de lixo cheia de larvas na calçada. (Foto: Marcos Ermínio)
Zelador de condomínio não sabe mais o que fazer com o lixo acumulado há mais de uma semana. (Foto: Marcos Ermínio)
Zelador de condomínio não sabe mais o que fazer com o lixo acumulado há mais de uma semana. (Foto: Marcos Ermínio)

A população se frustou ao saber que mesmo com a liminar da Justiça obrigando a Solurb a retomar as atividades, a empresa não retomou a coleta de lixo e vai recorrer da decisão. Muitos colocaram os sacos de lixos em frente às residências, edifícios e restaurantes e o acúmulo fez surgir larvas e moscas. No Centro, onde se concentra o maior número de comércios, o forte odor incomoda quem passa pelas ruas.

O proprietário de um restaurante localizado na Rua Rui Barbosa, começou a descartar o resto de comida em tambores plásticos. Também teve que alugar uma caçamba por R$ 90 para colocar o lixo sólido como: embalagens e plásticos. Mesmo assim larvas e o mal cheiro tomou conta do ambiente.

“O problema é que as empresas que alugam as caçambas estão proibidas de entrar no aterro sanitário. Nós começamos a colocar o lixo na frente porque acreditamos que com a decisão da Justiça, a Solurb iria voltar a recolher. Agora que eu sei que não vão, vou ter que colocar uma lona em cima da caçamba para evitar o mal cheiro”, comentou Roberto Godoi Falcão, 43 anos.

O cozinheiro do restaurante, Jânio Alvez Rodrigues, 52, acredita que os restaurantes tinham que ter prioridade para a coleta de lixo, por trabalharem com alimentação. “Os vizinhos já estão reclamando do forte odor da caçamba. Lá em casa está podre, mas não tem nem comparação com o lixo daqui do restaurante. Eles deveriam recolher o lixo dos restaurantes como estão fazendo com os hospitais”, explicou.

O zelador de um condomínio localizado na Rua José Antônio com a Pernambuco, escolhe o período da tarde para retirar o lixo dos moradores. Uma montanha se formou em frente ao edifício com o lixo acumulado desde o início da greve, há uma semana e um dia.

Proprietário de restaurante mostra a montanha de lixo em frente ao estabelecimento. (Foto: Marcos Ermínio)
Proprietário de restaurante mostra a montanha de lixo em frente ao estabelecimento. (Foto: Marcos Ermínio)
Esgoto transborda, se mistura ao lixo acumulado e causa mal cheiro em avenida. (Foto: Marcos Ermínio)
Esgoto transborda, se mistura ao lixo acumulado e causa mal cheiro em avenida. (Foto: Marcos Ermínio)

“Aqui tem pedaço de carne, comida, ou seja, tudo o que apodrece e causa mal cheiro. Não sei mais o que fazer, mas vou dar a ideia para o síndico de levarmos o lixo para o aterro sanitário. Acho que a greve é bem vinda, porque cada um tem seu direito, mas não podem deixar a cidade à deriva. Deveriam pensar em uma melhor forma de reivindicar”, destacou.

A situação é mais caótica ao lado de outro restaurante na rua José Antônio Pereira. Por lá o esgoto transbordou e a água ficou acumulada no monte de lixo. Ninguém consegue ficar perto do local. O sócio-proprietário do estabelecimento disse que os clientes já cobraram uma solução para o problema.

“Está assim desde domingo (13). É complicado porque trabalhamos com comida e os clientes já cobraram uma solução. O pior é que a gente paga imposto e tem que conviver com o risco até mesmo de contrair doenças vindas do lixo”, destacou Renan de Freitas, 20.

O contador Vilson Alcântara, 62 anos, passou pelo local e deu uma sugestão ao proprietário do restaurante. “Pega esse lixo e leva lá na frente da Solurb ou da prefeitura que eles vão dar um jeito rapidinho nesta situação”, radicalizou.

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